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 | 01/07/2008 08h56min

Plano Real completa 14 anos nesta terça-feira

Economistas avaliam que hiperinflação é página virada

No dia 1° de julho de 1994, o então presidente Itamar Franco lançou o Plano Real, tentando colocar fim em um antigo mal da economia brasileira: a hiperinflação. Quatorze anos depois, os aumentos anuais de até 4.000% nos preços de determinados produtos, segundo economistas, já não fazem mais parte das previsões para o futuro do país e são considerados páginas viradas na história do Brasil.

Para o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) Heron do Carmo, é quase impossível que a inflação volte a atingir patamares parecidos com os de 1993, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 2.477% no ano.

— Para trazer de volta a inflação, teríamos de acabar com a democracia, voltar com a indexação formal de preços, com os bancos estatais, e isso parece que não tem volta — disse o economista.

Do Carmo foi coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), entre 1989 e 2003. Acompanhou de perto a escalada dos preços. Para ele, a alta de produtos dos últimos meses não ameaça a condição alcançada pela economia nacional.

— Depois de 14 anos, poderemos ter surtos de inflação periódicos, mas não teremos mais os índices de aumento de antes do Real.

Um dos responsáveis pela implantação do plano, o economista Gustavo Franco concorda com Heron do Carmo. Presidente do Banco Central entre 1997 e 1999, ele diz que o Real foi o primeiro a tratar a “doença” da economia brasileira, não os “sintomas”, e por isso atingiu seu objetivo.

— A natureza do problema era fiscal. O governo gastava muito mais do que arrecadava. Conseguimos reduzir esse problema, mas também usamos antibióticos para combater os outros — destacou Franco, ressaltando o fim da indexação dos preços e a criação do Fundo Social de Emergência, que ajudou o governo controlar seus gastos.

Franco também afirma que a hiperinflação é matéria superada. Hoje, o país tem outros desafios.

— Nós tiramos o paciente do tratamento intensivo, mas agora precisamos fazer exercício e cuidar da saúde — disse.

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AGÊNCIA BRASIL
 
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