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 | 01/07/2008 04h31min

Mercado projeta inflação perto do teto

Comprar produtos a prestações ficará mais caro

Realidade encarada pelo consumidor nos supermercados, a alta dos preços pode virar incômodo para o governo. A cada semana, cresce o risco de estouro da meta de inflação. Pela segunda vez no governo Lula, o Banco Central (BC) teria de explicar por que não conseguiu domar o dragão, representado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A média das projeções de especialistas para 2008 encostou em 6,3% — a 0,2 ponto percentual do teto.

Surgido no último Relatório de Mercado de junho do Banco Central, divulgado ontem, o número reforça as preocupações com o controle dos preços no país e pode resultar em nova elevação do juro na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 22 e 23 de julho. Isso significa que também vai ficar mais caro comprar produtos a prestações, como móveis e eletrodomésticos. Conforme declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evitar a reativação das remarcações é uma prioridade do governo. Em março, quando a situação era mais benigna, o presidente já chamou a inflação de "doença desgraçada".

Entenda o que é inflação em gráfico animado




Embora o ressurgimento da inflação, desta vez, não seja um problema somente no Brasil, o histórico de problemas na estabilização no país deixa os consumidores mais preocupados com a perspectiva de reativar o dragão que todos julgavam em sono profundo. Como na maior parte do mundo, o grande impacto sobre a inflação vem dos alimentos. A renda mais alta dos asiáticos, o uso de grãos para fabricação de combustíveis - caso do etanol americano - e quebras de safras mundo afora são os principais motivos da alta dos produtos agropecuários.

Como índices de inflação que sobem ainda mais do que o IPCA, caso do IGP-M, servem de base para reajuste anual de contratos - aluguéis e contas de luz, por exemplo - , o grande perigo é de repetir a situação anterior à existente antes do Plano Real: a própria inflação se encarregando de espalhar seus efeitos.

Momento delicado não muda plano do governo

Apesar do momento delicado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem manter a meta de inflação para 2010 em 4,5% - com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Segundo o secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, "o nível atual da política de metas de inflação tem tido resultados satisfatórios para a economia".

Uma das vantagens do Brasil sobre outros países, até agora, tem sido a política de preços da Petrobras, combinada à estratégia do governo de reduzir os impostos sobre os combustíveis. Embora a estatal tenha corrigido os preços de gasolina (10%) e diesel (15%) em maio, a velocidade dos repasses não se compara à ocorrida em outros países.

 
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