| 25/06/2008 14h44min
O avanço da inflação derrubou a confiança do consumidor em junho, na análise do coordenador de sondagens conjunturais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloísio Campelo. Hoje, a fundação anunciou queda de 6,5% para o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desse mês, ante maio. Segundo Campelo, a recente disparada de preços influenciou muito as respostas relacionadas ao futuro, o que gerou pessimismo nas projeções dos consumidores usadas para cálculo do ICC.
— Aparentemente, a inflação está gerando uma deterioração nas expectativas dos consumidores para os próximos meses — disse.
A projeção de inflação do consumidor para os próximos 12 meses ficou em 7,1% em junho - a maior desde julho de 2006. Segundo Campelo, a preocupação do consumidor é de que o avanço da inflação possa comprometer a sustentabilidade do processo de crescimento econômico, gerando aumentos mais intensos de juros (para conter o avanço da inflação). O consumidor teme ainda que uma possível
desaceleração na economia possa
conduzir a prejuízos ao atual bom cenário no mercado de trabalho.
De maio para junho, caiu de 4,5% para 3,8% o porcentual de entrevistados que acreditam que a busca por emprego será mais fácil nos próximos meses. No mesmo período, subiu de 69,1% para 74,5% o porcentual de pesquisados que classificam como mais difícil a busca por trabalho nos próximos meses. Esses temores puxaram para baixo as expectativas do consumidor em relação ao futuro da economia local - que atingiram, em junho, o pior patamar desde setembro de 2005. Subiu de 11,3% para 19,2%, de maio para junho, o porcentual de pesquisados que acreditam em piora na economia local, nos próximos meses.
Ainda de acordo com Campelo, pela primeira vez na série histórica do ICC, iniciada em setembro de 2005, houve um resultado negativo na comparação do índice com igual mês do ano anterior. Em relação a junho do ano passado, houve queda de 1,7% em junho deste ano. Na análise por rendimento, houve quedas em todas as
quatro faixas de renda
pesquisadas pela fundação para o cálculo do ICC.
Entretanto, o economista observou que a avaliação do consumidor em relação à situação atual continua operando em patamares elevados.
— O quadro da confiança do consumidor não está tão ruim quanto em outros países. Houve uma piora sim, em junho, mas falar em pessimismo generalizado é algo muito forte — ressaltou.
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