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 | 06/06/2008 19h35min

Reajuste do salário mínimo reduz a renda dos produtores de café

Mão-de-obra representa metade do custo de produção

Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

Ao lado do aumento dos fertilizantes, dos preços baixos e do câmbio desfavorável, o custo da mão-de-obra está pesando cada vez mais no bolso do agricultor. Entre 1994 e 2008, o salário mínimo já foi reajustado 15 vezes. E, com a previsão de uma safra recorde este ano, a necessidade de contratar trabalhadores será ainda maior.

A mão-de-obra representa hoje a metade do custo de produção do café. Desta forma, qualquer reajuste no salário mínimo acaba impactando na rentabilidade do produtor. De 2007 para 2008, o salário mínimo aumentou 9,21%, passando de R$ 380 para R$ 415.

Entre 1994 e 2008, o reajuste médio anual do salário mínimo foi de 13,5%. E esse aumento pesa ainda mais no bolso do agricultor. Em maio de 2004, era necessária 1,8 saca para pagar um salário mínimo. No mesmo mês deste ano, por sua vez, já eram necessárias 2,11 sacas.

Além da mão-de-obra, houve sucessivas quedas dos preços e reajustes dos fertilizantes. De acordo com a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil, apenas os cafeicultores da região de Altinópolis, em São Paulo, tiveram lucro em 2007. Todos os outros fecharam no negativo.

Segundo a CNA, mesmo com a recuperação dos preços do café este ano, o aumento do salário ainda deve impactar na rentabilidade do produtor. Isso porque a previsão de safra é de 45,5 milhões de sacas, 35% a mais que no ano passado, o que vai exigir a contratação de mais trabalhadores rurais. Por isso, a CNA tem trabalhado em duas frentes para reduzir este impacto.

– Nós estamos com a medida provisória, a MP 410, no Congresso Nacional, que é a contratação de trabalho de curto prazo (por dois meses). É uma luta da Comissão de Trabalho da CNA, com apoio da Comissão Nacional do Café, e que vai ajudar diretamente o setor. E a outra questão é os produtores buscarem sindicatos rurais e fazerem acordos, convenções coletivas com os trabalhadores rurais – afirma Alinne Christoffoli, assessora da Comissão Nacional do Café da CNA.

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