| 03/06/2008 18h33min
Massas com milho cozido, muzzarella e molho branco, macarrão com camarão e rolos de vitela servido na terça-feira em uma conferência das Nações Unidas que visa combater a fome foram um desagradável contraste com as histórias de pessoas que morrem de fome. O cardápio era em francês e a comida estritamente italiana. Os pratos foram servidos no salão do quartel-general da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, conhecida por sua sigla em inglês FAO. A comida era acompanhada por um requintado vinho branco de Orvieto, com leve aroma de frutas.
— É algo bem normal — alegou o porta-voz da FAO, Nick Parsons, que acrescentou que a comida era "agradável, leve e nutritiva.''.
Durante décadas, a FAO tem tentado mostrar sobriedade culinária desde 1974, quando convocou uma reunião semelhante, no meio de uma crise de alimentos e petróleo, e banquetes pareciam do tempo do Império Romano.
O Ministro dos Negócios
Estrangeiros de Bangladesh, um país
afetado por uma grave fome, falou sobre a situação da população do seu país em uma sala quase vazia. A maioria dos delegados estava, entretanto, comendo canapés em um coquetel em uma sala ao lado.
Alguns analistas disseram que o encontro representava a hipocrisia dos governantes. Mas nem todos criticaram.
— O importante é a formulação de uma política para a agricultura e para oferecer a assistência necessária a fim de garantir que as pessoas que estão sofrendo por causa dos altos custos de alimentos recebam assistência — disse Alexander Woollcombe, porta-voz do grupo britânico de ajuda Oxfam.
Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas sediou encontro
Foto:
Alessandro di Meo, AP
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