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 | 30/05/2008 06h59min

Brasil conquista segundo grau de investimento, pela agência Fitch

Conquista foi atribuída à melhora na situação fiscal e nas contas externas

Menos de um mês depois de a agência de classificação de risco Standard & Poors conceder grau de investimento ao Brasil, a concorrente Fitch Ratings também reconheceu o país como um local seguro para investidores estrangeiros.

Em tese, o selo de qualidade abre as portas para investidores com políticas conservadoras, como grandes fundos de pensão americanos, aplicarem em papéis do governo e de empresas brasileiras.

Antecipada pelos mercados, a conquista foi atribuída pela Fitch à melhora na situação fiscal e nas contas externas. Diferentemente da euforia que se seguiu à obtenção do primeiro grau de investimento, a Bovespa fechou ontem em baixa de 1,85%. Houve uma alta logo depois do anúncio, que atingiu 1,05%, mas não se sustentou.

– A melhora impressionante nas finanças externas, resultante em parte de preços mais altos de commodities, mas também de boa gestão política, ao lado do status de credor soberano líquido, tornou o Brasil bem mais resistente a choques financeiros globais – afirmou a diretora sênior do grupo de ratings soberanos da Fitch, Shelly Shetty, que mesmo assim criticou os gastos com a Previdência Social e o peso da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

Ao comemorar a conquista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, lembrou que o anúncio foi feito um dia depois de divulgados dados sobre as contas públicas do primeiro quadrimestre, com um incomum superávit nominal - sobra de caixa, descontado o pagamento do juro da dívida - e redução da dívida pública.

– Eu diria que a principal razão é a solidez fiscal. Não é por acaso que a Fitch concede o grau de investimento no dia seguinte à apresentação do resultado fiscal do primeiro quadrimestre de 2008. Tivemos um resultado muito bom, superávit nominal. Isso significa que pagamos todas as contas, mas também juros, e diminuímos a dívida pública para 40% do PIB – disse o ministro.

Reeditando a batalha pelos holofotes quando o Brasil estreou no clube dos países confiáveis, Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, citaram motivos diferentes, cada um procurando vincular o mérito a sua atuação. Enquanto Mantega apontou a "solidez fiscal", Meirelles, que nessa quinta-feira, dia 29, anunciou sua candidatura ao governo de Goiás em 2010, mencionou a capacidade de o Brasil "crescer com estabilidade" - sem inflação, principal foco do BC. Mantega também ressaltou que as agências têm reconhecido a menor vulnerabilidade do Brasil. Uma prova disso, segundo o ministro, seria o fato de a crise financeira internacional não ter prejudicado o desempenho da economia.

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