A comissão de sindicância da Casa Civil criada para investigar o vazamento de um suposto dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso concluiu nesta segunda-feira os trabalhos, dentro do prazo determinado. De acordo com a Casa Civil, antes de ser entregue à ministra Dilma Rousseff, o documento passará por uma análise do Departamento Jurídico.

Criada no dia 24 de março, a comissão pode sugerir algum tipo de punição para o responsável pelo vazamento, que pode variar de medida administrativa até demissão. Caberá à ministra aceitar ou não a sugestão.

Um laudo preliminar do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), vinculado à Casa Civil, apontou o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes como o principal vazador dos dados. Ele pediu exoneração do cargo e voltou para o Tribunal de Contas da União (TCU), órgão que é funcionário de carreira. José Aparecido encaminhou os dados da gestão de Fernando Henrique Cardoso, via e-mail, ao assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), André Fernandes.

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, no último dia 20, Aparecido negou que tenha enviado, intencionalmente, os dados ao assessor do Senado. Aparecido negou ainda que Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, foi quem ordenou a confecção do suposto dossiê, conforme o assessor André Fernandes havia afirmado em seu depoimento à CPMI, realizado também no dia 20.