Em uma medida que favorece o Brasil, a Comissão Européia aprovou nessa terça-feira, dia 20, o fim dos subsídios ao etanol. A decisão integra a reforma na política agrícola comum aos países e prevê menos ajuda aos produtores rurais.

Os subsídios diretos ao produtor podem cair em 13%. Para ser aprovada, porém, a proposta agora precisa do aval dos 27 países do bloco e deverá ser votada no segundo semestre deste ano.

As medidas são uma tentativa dos europeus de dar uma resposta à crise de alta nos preços dos alimentos, já que os preços dos produtos ficarão mais caros para exportação e, com isso, serão revertidos para o mercado interno. A maior oferta de produtos deve conter a alta dos preços. Na avaliação da Europa, exportadores como o Brasil, Argentina, Paraguai e outros países sairão como beneficiários diante da atual alta dos preços das commodities. Mas a realidade é que, internamente, os europeus foram obrigados a rever seu modelo agrícola diante da crise e da maior inflação no bloco nos últimos 12 anos.

Com a decisão, a comissária de Agricultura da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel, conseguiu que sua proposta para acabar com a ajuda de 45 euros por hectare plantado de produtos destinados à produção de etanol fosse aceita pelo braço executivo do bloco. No total, o bloco gastou pelo menos 90 milhões de euros por ano apenas nesse programa, entre 2003 e 2007. Na avaliação da comissária, o etanol é parte da solução energética da Europa.

O dinheiro liberado agora será utilizado para financiar pesquisas no desenvolvimento da segunda geração de biocombustíveis. Para a UE, um motivo estratégico para o uso do etanol é acabar com a dependência na importação do petróleo.

Segundo Mariann, 98% do petróleo é importado. Há cerca de dois anos, a UE anunciou a opção do etanol como solução. Nos últimos meses, o debate se transformou em questionamento. Mas, nessa terça-feira, Bruxelas voltou a defender o etanol e isentou o combustível de estar causando a inflação.

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