Kátia Baggio  |  reportagem@canalrural.com.br

O uso exagerado de agrotóxicos colocou em alerta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esta semana foram divulgados os produtos que mais apresentaram resíduos de agrotóxicos em análise de amostras, feita pela agência.

No Paraná, um grupo de pesquisadores está terminando um projeto para controle de aplicação de agrotóxicos nas lavouras de soja, milho e trigo. Também segundo um estudo, o Estado teve 70% de aumento no uso dos defensivos dos últimos oito anos.

 

De acordo com a Anvisa, de 123 amostras de tomate, 44% tinham resíduos de monocrotofós, um ingrediente proibido no Brasil desde 2006. Na alface, 40% das 135 amostras analisadas foram consideradas insatisfatórias, assim como 43% das 94 de morango. A Anvisa avaliou alimentos considerados importantes para a cesta básica.

A boa notícia está na batata, que diminuiu o índice de resíduos: das 147 amostras, apenas 2% foram reprovadas. A maçã também tem menos agrotóxicos, com 3% de desaprovação, das 138 amostras investigadas. Os dados irão orientar várias ações do Ministério da Agricultura para corrigir os problemas.

No Paraná, um pesquisador da Emater e outro da Embrapa fizeram um estudo que revelou 70% de aumento no uso de agrotóxicos nas lavouras de soja, milho e trigo no Estado, em menos de dez anos. Trata-se de um perigo para o meio ambiente e para o produtor.

– O agricultor vem aumentando a aplicação de inseticidas ao longo dos anos, acumula dois ou mais produtos pensando que está economizando, quando está de fato se prejudicando – afirma Lauro Morales, pesquisador da Emater do PR.

Segundo o estudo, falta um acompanhamento mais rigoroso por produtores e técnicos no uso dos produtos e o excesso de aplicações está equilibrando o meio ambiente.

A partir deste estudo, o governo do Paraná anunciou que vai criar um programa de controle da aplicação de agrotóxicos nas lavouras de soja, milho e trigo do Estado. Os pesquisadores devem entregar o projeto completo ao secretário da agricultura, Valter Bianchini, até o dia 30 de maio.

– O que esse projeto tem de novo é propor a união de instituições como a Embrapa, Iapar, bancos e a sociedade para colocar em prática ações em defesa de um meio ambiente produtivo e seguro no Paraná – afirma Lauro Morales, pesquisador da Emater-PR.

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