O supervisor da Divisão de Habilitação do Detran, Jeferson Sperb, foi contundente ao relatar a falta de estrutura do Detran para fiscalizar o serviço como um todo no Interior, desde a aplicação de exames até a estrutura dos CFCs.

Último depoente da sessão extraordinária de quinta-feira, ele começou a falar à 0h33min desta sexta-feira e terminou às 3h26min. Disse que para fiscalizar o trabalho de 500 médicos que atuam nos CFCs, por exemplo, a autarquia não tem nenhum médico. Para os cerca de 500 psicólogos, o Detran tem apenas dois psicólogos.

O órgão também não tem atualmente nenhum veículo para que os servidores viajem para fiscalizações. Conforme Sperb, eles costumam utilizar o carro de um colega, um Passat ano 81, para algumas viagens. Presente no plenarinho, o dono do carro, o engenheiro Rogério Peres Costa, confirmou que faz isso desde dezembro de 2006.

O carro, estacionado junto à Assembléia Legislativa, foi fotografado por Zero Hora na madrugada. Sperb também defendeu que a aplicação dos exames não poderia ser terceirizada. O deputado Elvino Bohn Gass (PT) lembrou que uma das empresas sistemistas que atuava em fiscalizações, a Newmark Tecnologia, recebeu R$ 13 milhões no esquema Detran, enquanto a própria autarquia não dispunha de meios para fazer o mesmo trabalho.

O deputado Fabiano Pereira (PT), presidente da CPI, revelou durante o depoimento de Jeferson Sperb que Pedro Luiz Saraiva Azevedo, dono da sistemistas PLS Azevedo, foi funcionário do Detran. Ele era contratado da maior terceirizada que presta serviços à autarquia, a Plansul.

Depois de sair da Plansul, ele montou a PLS Azevedo, que passou a atuar na fiscalização da aplicação dos exames necessários para a emissão de carteira nacional de habilitação. A PLS Azevedo prestava serviços para a Newmark Tecnologia. Azevedo é cunhado de Herminio Gomes Junior, diretor técnico do Detran até a Operação Rodin ser deflagrada, em novembro de 2007.

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