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 | 17/04/2008 11h10min

Mercado se ajusta e projeta alta de mais dois pontos percentuais na Selic

Segundo especialistas, altas devem terminar antes do final do ano

O mercado de juros iniciou nesta quinta-feira o pregão na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) mostrando a reação clássica ao início do ciclo de aperto monetário: alta das taxas dos contratos de depósito interfinanceiro (DI) de curto prazo, até janeiro de 2009, e queda das taxas longas, dos contratos com vencimento a partir de janeiro de 2010. Ontem à noite, Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual para 11,75% ao ano.

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O comportamento do mercado confirma, na leitura dos operadores, a percepção de que a alta dos juros e o aperto monetário serão rápidos e terminarão antes do final do ano. A mensagem ficou clara no comunicado do Copom divulgado após a reunião de ontem: o aumento de 0,5 ponto percentual representou "parte relevante do movimento da taxa básica de juros, para reduzir a magnitude do ajuste total a ser implementado".

Segundo analistas financeiros, com o ajuste realizado neste início de pregão na BM&F, a curva de juros já precifica um ciclo de aperto monetário de mais dois pontos percentuais de alta da Selic ao longo do ano, sendo três altas de 0,5 ponto e duas de 0,25 ponto percentual.

A avaliação de que a ação do BC ficará concentrada nas reuniões deste ano estimula os agentes financeiros a tomarem contratos curtos, que não previam totalmente a alta de 0,5 ponto na reunião de ontem (a maioria acreditava num aumento de 0,25 ponto). O movimento é intenso: o vencimento de DI de julho de 2008 movimentou na primeira hora de pregão eletrônico 742 mil contratos, enquanto o de junho de 2008, 361 mil contratos. E, em contrapartida, justifica realização de lucros nos vencimentos mais longos, onde o mercado ampliou posições compradas ontem, em uma reação defensiva. A tendência da curva, na opinião de operadores, é de tornar-se "plana" a partir do vencimento de DI de janeiro de 2009.

A reação do mercado à decisão do Copom confirma que a credibilidade do BC sai fortalecida. Ou seja, o mercado entendeu que a autoridade monetária está disposta a agir e que conseguirá, no médio prazo, controlar a piora das expectativas de inflação no país.

Às 10h15min, na BM&F, o DI com vencimento em julho de 2008 projetava taxa de 11,80% ao ano, de 11,66% ontem; o DI de janeiro de 2009 estava em 12,58% ao ano, ante 12,53% de ontem; e o DI de janeiro de 2010 projetava taxa de juro de 13,28%, ante 13,25% ontem no final da tarde, antes do anúncio do Copom.

Agência Estado
 
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