As declarações do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, sobre uma importante área de petróleo no Brasil, fez disparar as ações das gigantes do petróleo BG Group e Repsol YPF, sócias da estatal brasileira na área.

Ontem, Lima afirmou que a agência recebeu informações não oficiais de que o bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, teria reservas até cinco vezes maiores do que as estimadas para a área de Tupi. Isso faria do bloco, de acordo com o diretor da ANP, o terceiro maior do mundo. A Petrobras tem 45%, a Repsol 25% e a britânica BG 30% da área.

Na bolsa de Madri, as ações da gigante do petróleo Repsol YPF registravam alta de mais de 10%. Por volta das 9h30min (horário de Brasília), os papéis da empresa subiam 11,3%, a 26,1 euros. No mesmo horário, o Ibex, principal índice da bolsa local, subia 1,25%.

Já a alta da britânica BG era mais modesta — a ação da companhia subia 5,64% na bolsa londrina, segundo informações do site G1.

Controvérsia

A declaração de Haroldo Lima gerou controvérsia. Posteriormente, a Petrobras afirmou que ainda não pode calcular o potencial desta área em águas profundas. A estatal informou em um comunicado ao mercado que o potencial dos dois blocos que compõem a área Carioca, na bacia de Santos, ainda está na fase de estudos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também protestou contra o anúncio. Segundo a autarquia, informações sobre companhias abertas devem ser feitas por seus porta-vozes, especialmente se tiverem “potencial de influenciar os preços das ações negociadas no mercado e a decisão dos investidores de comprar ou vender”.

Ainda na segunda-feira, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também criticou a ANP pela afirmação.

— O anúncio não pode ser feito deste jeito. É melhor esperar para confirmar se é isso mesmo ou não — disse ele.