| 15/04/2008 09h
Os anúncios feitos pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, de que a Petrobras havia descoberto uma megarreserva de petróleo, gerou polêmica entre conhecedores da área. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) e especialista em mercado de combustível, Adriano Pires, o caso merece, inclusive, uma investigação do Ministério Público.
Pires defendeu, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta terça-feira que a ANP deve ser comandada por um técnico, e não por um político, como no caso de Lima, que é ex-deputado federal. Segundo Pires, a divulgação precipitada ocorreu pois é característica dos políticos querer divulgar boas notícias:
— O Haroldo Lima se precipitou ontem, errou e criou um tumulto no mercado. Acho, inclusive, que merece investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e do Ministério Público. Teve muita gente ontem que ganhou muito dinheiro com as ações da Petrobras, que subiram
cerca de 8% na Bovespa e
até mais de 8% na bolsa de Nova York.
Para o especialista, criou-se uma situação desagradável, já que a Petrobras teve de desmentir as informações da ANP:
— A Petrobras precisou alertar que ainda não sabia qual o volume de reservas existentes nessa área. O diretor (da ANP) divulgou 33 bilhões de barris, mas achamos o número muito elevado. Acho que, sendo muito otimista, haja uns 15 bilhões de barris de reserva. De qualquer maneira é muito petróleo.
Ainda assim, o Brasil esta numa situação privilegiada, conforme Pires:
— Temos tudo para nos transformarmos em um grande exportador de petróleo entre 2015 e 2020.
Bloco BM-S-9, na Bacia de Santos, teria reservas até cinco vezes maiores do que as estimadas para a área de Tupi
Foto:
EFE
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