A maré vermelha atingiu a cidade de Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina, e a comercialização de mexilhões está proibida no município até que o fenômeno se dissipe. Pesquisadores do Centro de Ciências e Tecnologias da Terra e do Mar (CTTMar) da Univali confirmaram a chegada do fenômeno ao município através de análises realizadas na quarta-feira. Até a noite desta quinta-feira não havia nenhum registro de caso de intoxicação na região.

A maré vermelha se dá pela floração de microalgas que liberam toxinas nocivas à saúde humana. Estas toxinas são filtradas pelos moluscos. Nesta sexta-feira, pesquisadores da Epagri recolherão mais amostras de mexilhões em Bombinhas, que serão encaminhadas para análise de toxicidade. A alga responsável pelo fenômeno na região é a Dinophysis acuminata.

O resultado será encaminhado para a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), órgão coordenador do Programa Nacional de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB).

— Não podemos prever um prazo para o fenômeno desaparecer, pois as algas são levedas pela corrente marítima — explicou o coordenador do Laboratório de Algas Nocivas da Univali, Luís Antônio Proença.

Pesquisadores do CTTMar também realizaram análises em ostras, mas o nível de toxicidade não foi considerado prejudicial à saúde humana e a comercialização do molusco não foi proibida. O resultado das análises com amostras de moluscos colhidos em Penha foi negativo para a maré vermelha.

Todas as áreas de maricultura do Estado são monitoradas periodicamente pelo CTTMar, quando o fenômeno da maré vermelha atinge alguma região o monitoramento é intensificado. No ano passado o Litoral do Vale do Itajaí foi atingindo três vezes pela maré vermelha, duas em Bombinhas, sendo que 135 pessoas foram intoxicadas, e uma em Penha.

— Não existe época para o fenômeno acontecer, tudo depende da corrente marítima. A água não fica contaminada e não oferece risco aos banhistas. A maré vermelha é comum em todos os países onde existe a maricultura — ressaltou Proença.