O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a rejeitar hoje a hipótese de um terceiro mandato, para o que seria preciso modificar a Constituição brasileira. Disse que, quando alguém se sente imprescindível, "se coloca em questão a democracia".

Em declarações à imprensa durante o último dia de sua visita de Estado à Holanda, Lula disse que o fato de uma pessoa se considerar necessária pressupõe uma "pequena dose de autoritarismo ou prepotência". Neste sentido, lembrou que desde 1975, quando era sindicalista, apoiou a limitação a dois mandatos do cargo dos dirigentes sindicais.

— A democracia é um valor incomensurável, que se coloca em questão — caso alguém acredite ser imprescindível, disse Lula.

O presidente brasileiro deixará seu mandato após as eleições de 2010. Lula já tinha considerado há meses atrás "um absurdo" tentar mudar a Constituição. Em dezembro passado, uma pesquisa mostrou que 65% dos brasileiros eram contra a idéia de um terceiro mandato presidencial. A discussão sobre a reeleição surgiu após o vice-presidente, José Alencar, manifestar apoio à idéia, no dia 1° de abril.