O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que "não há nenhuma razão para duvidar" da economia brasileira, que, segundo ele, está em um momento ideal, apesar da desaceleração econômica mundial.

— Posso garantir que a economia brasileira continuará crescendo — afirmou, em declarações à imprensa durante o último dia de sua visita de Estado à Holanda, centrada no aumento das trocas comerciais e nos investimentos. Na quarta-feira passada, o FMI aumentou sua previsão de crescimento para o Brasil para 4,8% durante 2008, oito décimos a mais que na última projeção, depois que o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 5,4% o ano passado.

— Não conheço um momento no qual a economia brasileira tenha passado por um momento como o que está vivendo agora — disse Lula, que considerou importante "garantir a estabilidade da economia". Acrescentou que está ocorrendo "uma combinação perfeita entre demanda e oferta, e as empresas brasileiras estão começando a criar novas unidades, e o investimento está em um momento bom".

O presidente disse que a única objeção é o aumento do preço do leite e do feijão, mas ressaltou que já estão sendo aplicadas políticas especiais de incentivos a estes alimentos, de modo que "a produção está crescendo".

Medidas provisórias

O Palácio do Planalto está disposto a fazer acordos com deputados e senadores para diminuir o número de medidas provisórias enviadas ao Congresso Nacional. Em entrevista na Holanda, Lula admitiu que será necessário fazer um esforço conjunto nesse sentido.

— Estou disposto a fazer os acordos que forem necessários para manter o bom funcionamento da Câmara e do Senado. Obviamente que as pessoas sabem das necessidades e que nós precisamos fazer um jogo combinado, daquilo que é bom para a Câmara e o que é bom para a governabilidade — afirmou.

Lula disse ainda que não vê maiores problemas em se fazer acordos com os parlamentares.

— Estou convencido de que a Câmara e o Senado querem o bem do país e, portanto, querem que o governo continue governando. E acreditamos que o Congresso Nacional esteja fazendo aquilo que seja melhor para eles neste momento.

Sobre a proposta da comissão especial sobre a tramitação de MPs no Congresso, de que as medidas provisórias parem de trancar a pauta, Lula afirmou que é importante encontrar uma saída.

— A medida provisória foi colocada na Constituição de 1988 e foi exatamente em 2001, já no final do governo Fernando Henrique Cardoso, que foi feita a mudança para que a medida provisória começasse a trancar a pauta. Eles colocaram uma tranca, mas agora entendem que a tranca não serve. Não há ninguém melhor que o Congresso Nacional para dizer como é que eles acham que devam acontecer os projetos de lei do governo mandados ao Congresso.

Lula lembrou que o acúmulo de medidas provisórias começou no ano passado, com a votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).