O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta quinta-feira sua agenda oficial na Holanda. Apesar de ter chegado ao país na tarde de ontem, ele só foi recebido pela rainha Beatrix pela manhã, em cerimônia no Palácio Noordeinde. O brasileiro se apresentou às autoridades governamentais holandesas e teve reuniões com os presidentes da Câmara, deputada Gerdi Verbeet, e do Senado, Timmerman Buck, e com o primeiro-ministro, Jan Peter Balkenende, além da rainha Beatrix. O Palácio Noordeinde funciona desde 1984 como local de despachos da rainha holandesa.

Lula disse que o Brasil precisa produzir mais alimentos para reduzir a inflação. Ele comentou em coletiva de imprensa os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostraram aumento de preços de 4,73% nos últimos 12 meses, acima da meta de 4,5% prevista pelo Banco Central para 2008. Segundo o presidente, a inflação causada pelo aumento dos preços dos alimentos é um problema não só do Brasil como de vários países do mundo, porque "os pobres do Brasil, da Ásia, da África e da América Latina estão consumindo mais alimentos":

— Se o motivo da inflação que está acontecendo é porque milhões de pobres do mundo, que não tinham acesso à comida, estão tendo esse acesso agora, isso significa apenas o seguinte: precisamos produzir mais alimentos. No caso do Brasil, nós vamos resolver esse problema com muita facilidade porque temos, nos 851 milhões de hectares existentes no país, 400 milhões são terras agricultáveis.

Ele negou que os biocombustíveis estejam causando aumento de preços dos alimentos. O brasileiro também defendeu o etanol no encontro com os presidentes da Câmara e Senado holandeses. A agenda de Lula hoje inclui também encontro com lideranças empresariais à tarde e um banquete à noite, com a presença da rainha, também no Palácio Noordeinde. A visita será encerrada na sexta-feira, quando viaja para Praga.