Notícias

 | 30/03/2008 19h21min

Conheça as provas do Freio de Ouro e os critérios de avaliação

Provas levam em conta integração entre ginete e cavalo

O Freio de Ouro é uma avaliação rigorosa e integral do cavalo da raça crioula. Acompanhe, passo a passo, com a orientação do veterinário e crioulista Gilberto Loureiro de Souza, como ocorre uma competição do Freio de Ouro.

O Freio de Ouro divide-se em duas etapas:

PARTE 1 - MORFOLOGIA: é uma avaliação do padrão racial e do nível de enquadramento do animal aos padrões seletivos da raça. São valorizadas, nessa etapa, características como o equilíbrio estrutural, a frente leve, a firmeza da linha superior e um bom relevo muscular. Todo o conjunto tem de estar bem sustentado sobre bons aprumos. Pontuação: de zero a dez

PARTE 2 - PROVA FUNCIONAL: a segunda fase da competição, a parte funcional, que avalia o desempenho do animal em atividades derivadas das lidas do campo, divide-se em dois momentos:

Primeiro momento

1) Andadura:
Na primeira demonstração funcional da prova, exige-se do cavalo a definição e manutenção de três modos diferentes de andar:
a) Tranco
b) Trote
c) Galope
São observados nessa etapa a tipicidade do andar, a comodidade, o avanço e o equilíbrio.
Pontuação: de zero a 15.
Tranco = de 0 zero 3 
Trote = de zero a 8
Galope = de zero a 4

Importante:o trote tem peso maior na pontuação porque é a andadura mais utilizada pelo cavaleiro em um deslocamento longo pelo campo.

2) Figura:
Prova de média exigência, desenvolvida em um circuito demarcado por fardos de feno, em que se avalia o equilíbrio nas trocas de mãos e patas, potência de execução e submissão a todas as solicitações do ginete.
Pontuação: de zero a 15

3) Volta sobre patas e esbarrada:
Um dos momentos mais difíceis do Freio do Ouro. Divide-se em duas partes:
a) Volta sobre patas: O ginete leva o cavalo à frente dos jurados, faz o animal girar sobre o próprio corpo 360 graus para um lado e em seguida para o outro. Pode fazer de uma a três voltas. Mas deve fazer para um lado o mesmo número de voltas que realizou para o outro.
b) Esbarrada: O ginete acelera o cavalo por uma distância de 20 metros e em seguida solicita ao animal uma freada brusca, fazendo com que ele se apóie sobre os posteriores. O cavalo praticamente "senta" no chão. A seguir, o ginete repete o movimento em sentido contrário. Esta etapa traduz um dos movimentos símbolos do cavalo de trabalho, que é a sua completa submissão ao comando do cavaleiro. O cavalo tem de enfiar corretamente os posteriores entre as mãos e parar sem saltar.
Pontuação: de zero a cinco para a volta sobre patas, sendo 2,5 pontos para cada lado que o animal roda. E de zero a dez para a esbarrada, sendo cinco pontos para cada movimento executado.

4) Mangueira:
É o primeiro momento em que o cavalo trabalha com gado. Na mangueira, o animal mostra sua aptidão vaqueira, equilíbrio, impulsão e coragem. Esta prova é tão importante que ocorre duas vezes durante o Freio de Ouro. Divide-se em três momentos:
a) O cavalo tem de apartar (separar) um dos dois novilhos que estão na mangueira.
b) O cavalo tem de manter o novilho afastado do outro bovino por 45 segundos.
c) O cavalo tem de arremeter com o peito, ou "pechar" (do espanhol, el pecho, o peito) contra a lateral do novilho apartado num ângulo de 45 graus, primeiro por um lado e depois pelo outro, e fazer o animal recuar. Tem 45 segundos para executar o movimento.
Pontuação: de zero a 15.
Aparte = de zero a 10
Pechada = de zero a 5 (2,5 pontos para cada execução)

5) Prova de Campo ou Paleteada 1:
Última e decisiva etapa do Primeiro Momento do Freio de Ouro. Observa-se aqui, mais uma vez, a aptidão vaqueira, a velocidade, a força e a total submissão do cavalo ao cavaleiro. Duplas, formadas pelo resultado da pontuação acumulada até o momento (o primeiro com o segundo, o terceiro com o quarto e assim sucessivamente) perseguem um novilho por uma raia de 110 metros de comprimento por 50 metros de largura, com marcações de fardos de feno aos 30 metros, 80 metros e 110 metros. Nos primeiros 30 metros, os ginetes deixam o novilho correr. Entre os 30 metros e os 80 metros, o novilho deve ser "prensado" entre as "paletas" dos dois cavalos, daí a expressão paleteada. Após a ultrapassagem do marco de 80 metros e antes do final da raia, os ginetes adiantam os cavalos em relação ao novilho, cortando-lhe a frente, para que o animal retorne. Na volta, a paleteada se repete, para que o novilho seja reconduzido à mangueira. Pontuação: de zero a 15

Importante: Até este momento, as notas que aparecem nas placas são multiplicadas por 1,5. A seguir, é feita a soma de todas as notas obtidas e o resultado é dividido pelo número de provas executadas e somado com a pontuação da morfologia. O resultado credencia de 40% a 50% dos cavalos e ginetes para o segundo momento do Freio de Ouro.

Segundo momento

6) Mangueira:
A prova é uma repetição dos movimentos executados no primeiro momento.
Pontuação: de zero a 20

7) Bayard-Sarmento:
Prova em que se exige velocidade na execução, correção nos movimentos e atenção à submissão. É realizada em uma raia de 80 metros. O cavalo arranca em velocidade, percorre 40 metros, esbarra, faz a volta sobre patas para um lado e para outro de uma a três vezes, volta a correr 40 metros, esbarra novamente. Depois gira 180 graus, corre mais 40 metros e repete a esbarrada. Faz a volta sobre patas para ambos os lados, corre mais 40 metros e faz a última esbarrada.
Pontuação: de zero a 20

8) Prova de Campo ou Paleteada 2:
Tudo igual à primeira.
Pontuação: de zero a 20

Importante: As notas que aparecem nas placas deste segundo momento do Freio de Ouro são multiplicadas por dois e somadas. A soma é dividida pelo número de provas executadas até o momento e o resultado é somado com a pontuação da morfologia. Chega-se, assim, ao resultado final da prova do Freio de Ouro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALOS CRIOULOS
Grandes Campeões do Freio de Ouro
2008
F - Rodopio de São Pedro - Cabanha Tracionera - São Lourenço do Sul (RS)
M - Infância do Itaó - Cabanha Itaó - Santiago (RS)
2007
 
F - Bonita de Santa Edwiges - Cabanha Santa Edwigues - São Lourenço do Sul (RS)
M - Senhor de Santa Thereza - Cabanha Santa Thereza - Bagé (RS)
2006
F - BT Jovem Guarda - Cabanha Tamboré - São Francisco de Paula (RS)
M - Ganadero da Harmonia - Condomínio Ganadero - Gravataí (RS)
2005
F - JA Xalalá - Cabanha Santa Edwiges - São Lourenço do Sul (RS)
M - Largo da 3J - Cabanha Invernia - Bento Gonçalves (RS)
2004
F - Santa Etelvina Helenita - Cabanha Santa Etelvina - São Gabriel (RS)
M - LS Balaqueiro - Estância São Crispim - Lavras do Sul (RS)
2003
F - Entrosada do Junco - Estância Don Marcelino - Taquara (RS)
BT Harmônico - Cabanha Paineiras - Uruguaiana (RS)
2002
F - Butiá Luiza - Sementes e Cabanha Butiá - Passo Fundo (RS)
M - Candidato Simpatia - Cabanha Cala Bassa - Aceguá (RS)
2001
F - Butiá Jurerê - Sementes e Cabanha Butiá Ltda - Passo Fundo (RS)
M - Dom Carrasco do Purunã - Mariano Lemanski e Fábio Muricy Camargo - Vacaria (RS)
2000
F - Reservada de Santa Edwiges - Daniel Anzanello - São Lourenço do Sul (RS)
M - Destaque de Santa Adriana - Carlos Alberto Veríssimo da Costa - São Gabriel (RS)
1999
F - BT Demonica - Luiz Mierczynski Neto - São Jerônimo (RS)
M - Consuelo do Infinito - Roberto Sidney Davis Júnior - São Sepé (RS)
1998
F - Punhalada de Santa Edwiges - Daniel Anzanello - São Lourenço do Sul (RS)
M - Campana Farrapo - Luiz Mierczynski Neto - São Jeronimo (RS)
1997
F - Devassa de Santa Angélica - Agenor, João Manoel e João Carlos - Herval (RS)
M - BT Inteiro do Junco - João Paulo Dumoncel - Santa Barbara do Sul (RS)
1996
F - JA Paloma - Jose Antonio Anzanello - São Lourenço do Sul (RS)
M - Debochado do Quartel Mestre - José Carlos Vendramini Fleury - Santo Antônio do Pinhal (RS)
1995
F - Escarapela de Santa Angélica - Agenor, João Manoel e João Carlos Costa - Herval (RS)
M - BT Faceiro do Junco - Parceria Galtieri, Boa Ventura e Quinta Ä - Rio Pardo (RS)
1994
F - JA Namorada - José Antonio Anzanello - São Lourenço do Sul (RS)
M - BT Butiá - Sementes e Cabanha Butiá Ltda - Passo Fundo (RS)
1993
F - Gaita do Mata-Olho - Venâncio Silva - Uruguaiana (RS)
M - La Fronteira Tormento - Astrogildo Amaral e Agropecuária Intã - Campo Bom (RS)
1992
M - BT Balconero - Condominio Balconero - Porto Alegre (RS)
1991
M - Hospedeiro de Santa Edwiges - Carlos Roberto Braga Nazario - Cachoeira do Sul (RS)
1990
M - Nobre Tupambaé - Oswaldo Dornelles Pons - Dom Pedrito (RS)
1989
M - BT Brazão do Junco - Junco Agricultura e Pecuária S/A - Uruguaiana (RS)
1988
M - Butiá Arunco - Sementes e Cabanha Butiá Ltda - Passo Fundo (RS)
1987
M - BT Salitre - Sementes e Cabanha Butiá Ltda - Passo Fundo (RS)
1986
M - BT Sargento - Flavio e Roberto Bastos Tellechea - Uruguaiana (RS)
1985
M - Itaipu de São Martim - Dirceu dos Santos Pons - Bagé (RS)
1984
M - Hotelo de São Martim - Marcos Vicente Silveira Martins e Luiz Fernando Machado - Camaquã (RS)
1983
M - Olvido - Flavio e Roberto Bastos Tellechea - Uruguaiana (RS)
1982
M - Itaí Tupambaé - Oswaldo Dornelles Pons - Dom Pedrito (RS)
Gilmar Messerschmidt  / 

Todos os movimentos do cavalo e do ginete são avaliados
Foto:  Gilmar Messerschmidt


Notícias Relacionadas

28/03/2008 20h17min
Pioneirismo com o sangue chileno
28/03/2008 15h45min
Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) reúne crioulistas desde 1932
28/03/2008 11h18min
História do Freio de Ouro

Saiba mais

Saiba mais sobre o Freio de Ouro
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.