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 | 28/03/2008 11h18min

História do Freio de Ouro

Zero Hora

Prova Flávio e Roberto Bastos Tellechea

O primeiro esboço do que hoje é o Freio de Ouro ocorreu no ano de 1977 na 1ª Exposição Funcional de Jaguarão, uma mostra modesta, mais ou menos improvisada, com um número reduzido de participantes, mas um grande sucesso. Naquele momento, os criadores de cavalos crioulos verificaram que o desenvolvimento da raça passava pela promoção de provas funcionais. Até então, demonstrações desse tipo não faziam parte do calendário oficial da raça, existindo apenas julgamentos morfológicos.

Em 1980, a 3ª Funcional conseguiu atrair a atenção do país inteiro, sendo visitada pelo então presidente da República, general João Batista Figueiredo, um aficionado por cavalos. No ano do cinqüentenário da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), 1982, o então presidente da entidade, Gilberto Azambuja Centeno, oficializou a prova campeira que seria realizada durante a Expointer. O Freio de Ouro foi inspirado nas exposições funcionais de Jaguarão, que passou a ser uma etapa classificatória tal como Pelotas e Bagé. No ano seguinte, Uruguaiana também integrou essa lista.

No primeiro ano com as três classificatórias, participaram 12 animais, competindo, sem distinção de gênero. O primeiro campeão foi Itaí Tupambaé, filho de La Invernada Hornero (consagrado reprodutor da raça) e Preciosa dos Cinco Salsos, do criador Oswaldo Pons, um dos grandes crioulistas de todos os tempos. A partir daí, firmava-se o Freio de Ouro, como o grande acontecimento da maior raça de eqüinos do Rio Grande do Sul.

Em 1983, a prova do Freio de Ouro foi batizada com o nome de Roberto Bastos Tellechea, uma homenagem póstuma a esse incentivador da raça crioula. Em 1990, houve outra grande perda com o falecimento do veterinário Flávio Bastos Tellechea. Em reconhecimento, a prova Freio de Ouro levou o nome dos dois irmãos "Flavio e Roberto Bastos Tellechea".

Desde o início até hoje, ocorreram mudanças devido ao crescimento dos adeptos da raça. O que antes eram somente quatro etapas classificatórias e uma final transformou-se em mais de 30 etapas credenciadoras, seis classificatórias no Rio Grande do Sul, uma fora do Estado (itinerante entre São Paulo, Paraná e Santa Catarina) e uma internacional no Uruguai, num total de oito, além da grande final em Esteio. Outra mudança foi a divisão em categorias de machos e fêmeas a partir de 1994.

Vocabulário do Freio de Ouro
Afixo: sigla ou nome, antes ou depois do nome do cavalo, que identifica a cabanha ou o criador do animal
Andadura: tipo de andar do animal. Tranco, trote ou galope
Aporreado: cavalo que não aceitou a doma
Baio: cavalo de pêlo amarelo
Bayard-Sarmento: movimento composto de giros de 180 graus sobre o corpo e esbarradas que compõem a sétima etapa das provas do Freio de Ouro. O nome é uma homenagem aos idealizadores da prova
Box: número de inscrição do animal nas provas do Freio de Ouro, estabelecido por ordem cronológica. Exemplo: o box número 1 é o do animal mais jovem no certame
Caborteiro: cavalo de manuseio difícil, insubmisso
Colorado: cavalo de pelagem castanha clara, quase avermelhada
Esbarrada: movimento da terceira e da sétima etapas das provas do Freio de Ouro, que consiste em fazer o animal frear depois de uma breve corrida, apoiando-se nos posteriores
Figura: segunda etapa da Prova do Freio de Ouro, em que o animal contorna fardos de fenos distribuídos pela raia
Funcionalidade: habilidade funcional do cavalo para a execução das provas
Galope: andadura veloz em que o cavalo se utiliza de apenas dois apoios
Gateado: cavalo de pêlo amarelado mais escuro que o do baio, da cor do pêlo do leão
Ginete: cavaleiro
Giro sobre patas: movimento da terceira e da sétima etapas das provas do Freio de Ouro em que o animal gira 360 graus sobre o próprio corpo, apoiado em um dos posteriores, que atua como a ponta seca de um compasso
Mangueira: curral
Morfologia: conformação física do cavalo
Mouro: cavalo de pêlo negro com infiltração de branco
Pechar: arremeter com o peito do cavalo sobre o novilho. Do espanhol el pecho, peito
Picaço: cavalo de pêlo negro com mancha branca na testa e três extremidades em tom branco
Redomão: cavalo jovem, entre o potro xucro e o cavalo já domado
Rosilho: cavalo de pelagem escura com infiltração de tons claros
Sestroso: cavalo que manifesta medo ou repulsa por algo
Tordilho: cavalo de pelagem branca
Tostado: cavalo com crina e cola de tonalidade acobreada e pêlo castanho-escuro queimado
Tranco: primeira andadura, antes do trote, em que o cavalo caminha com três apoios
Trote: andadura saltada, que vem imediatamente após o tranco, quando o cavalo se utiliza de apenas dois apoios
Zaino: cavalo de pelagem castanho-escura, de cor imediatamente anterior ao preto
 
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