| 26/03/2008 18h38min
A Comissão de Agricultura da Câmara de Deputados já começou a elaborar uma contraproposta de renegociação da dívida rural para apresentar ao governo federal. Apesar do Executivo ter deixado claro que pretende negociar a proposta apresentada na noite dessa terça, dia 25, os parlamentares demonstram preocupação, já que a maioria das reivindicações do setor produtivo não foi atendida.
Um exemplo são os créditos prorrogados de custeio. A taxa de juros das operações é de 8,75%, e o governo não propôs nenhuma alteração. Os produtores querem reduzir para 4%, ou pelo menos para a taxa de juros da última safra, que é de 6,75%. Outra preocupação são os créditos para investimentos. Para as operações com juros entre 10,75% e 13,95%, o governo pretende reduzir para algo em torno de 10,5%. No entanto, a comissão pede que fique em 9,5%, no mínimo. Já para as operações com juros de 8,75%, o governo não propôs nenhuma modificação, enquanto os produtores sugerem a cobrança dos juros atuais de 6,75%.
Os deputados também querem negociar um prazo maior para o pagamento e, mesmo que o Executivo não tenha sinalizado nada neste sentido, prometem não recuar desta reivindicação. O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) informou que está sendo estudada uma carência de no mínimo um ano para que “produtores que, nesta safra estão fazendo cheia com bons preços, consigam alavancar o processo produtivo e estar em condições de enfrentar esse endividamento”.
Até a próxima segunda, dia 31, prazo final para a apresentação do projeto do governo sobre a renegociação dívida rural, os parlamentares devem se reunir com representantes do setor para elaborar uma contraproposta. A primeira versão será apresentada aos técnicos da Agricultura e da Fazenda já na manhã desta quinta. O deputado Marcos Montes (DEM-MG) explica que novas reuniões técnicas serão feitas até segunda-feira para tentar adequar a proposta do governo com a da comissão.
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