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 | 25/03/2008 20h03min

Dívida agrícola: governo aceita discutir 2,1 milhões de contratos de R$ 56 bilhões

Facilitação de adimplência, descontos, redução de juros e prazo adicional estão em debate

Depois de meses de negociação, o governo federal apresentou nesta terça-feira a parlamentares da bancada ruralista sua proposta de reestruturação das dívidas agrícolas. A proposta contempla a possibilidade de revisão de 2,15 milhões de contratos, que envolvem R$ 56,3 bilhões. Esse é o valor total dos contratos. Isso não quer dizer, porém, que esse será o valor abatido, ou renegociado com condições mais favoráveis.

Entre as possibilidades colocadas na mesa pelo governo federal, estão: facilitação da adimplência por meio da redução de encargos incidentes sobre o saldo devedor, descontos para pagamento de operações antigas com risco da União, concessão de prazo adicional para pagamento de algumas dívidas, e redução das taxas de juros para as operações "com encargos mais elevados".

Ao chegar para o encontro com a bancara ruralista, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu que essa proposta do governo ainda poderá ser modificada em conversas que ainda acontecerão com os representantes dos agricultores.

— Hoje vai ser feita uma apresentação. A reestruturação sai até o dia 31 de março — disse ele a jornalistas.

Números

Inicialmente, o governo federal informou que a parcela passível de renegociação poderia ser de até R$ 87,7 bilhões, sendo R$ 74,3 bilhões de grandes produtores. Nesta terça, confirmou que o valor passível de ser renegociado é, na realidade, de até R$ 56,3 bilhões. A dívida agrícola total ultrapassa R$ 130 bilhões — incluindo as operações novas.

A proposta do governo contempla a situação das operações de crédito em 31 de agosto de 2007, mas somente para aquelas realizadas até o dia 30 de junho de 2006.

Os Ministérios da Fazenda, da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional, informaram, em nota conjunta à imprensa, que até 837 mil contratos com pagamentos atrasados, que somam R$ 9,15 bilhões, poderão contar com facilidades para se tornarem novamente adimplentes.

Até 421 mil contratos, que envolvem R$ 20,8 bilhões, poderão ter descontos para pagamento antecipado. Outros 1,3 milhão de contratos, por sua vez, envolvendo R$ 30,2 bilhões, poderão contar com prazo adicional para pagamento. Já 198 mil contratos, envolvendo R$ 13,6 bilhões, poderão contar com taxas de juros menores.

Cenário positivo

Na mesma nota conjunta dos Ministérios envolvidos na negociação, o governo federal avalia que as medidas ocorrem em um cenário de "recuperação da renda agrícola".

"Esse quadro de recuperação vem ocorrendo pelo segundo ano consecutivo", informa o documento.

No texto, o governo diz ainda que essa recuperação da renda agrícola se caracteriza pela combinação de dois fatores: recuperação dos preços agrícolas e a retomada da trajetória de crescimento da produção de grãos. As informações são do site G1.

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