Luciane Kohlmann  |  reportagem@canalrural.com.br

A decisão da União Européia de cortar os subsídios agrícolas destinados à produção de biocombustíveis deve sair no dia 20 de maio. Na data está marcada a reunião de revisão da PAC, a Política Agrícola Comum dos 27 países que compõem o bloco.

A União Européia paga cerca de 45 euros por hectare para agricultores que plantam matérias-primas usadas na fabricação dos biocombustíveis. Os cereais são as principais culturas usadas nesta produção.

Na semana passada, em um pronunciamento feito em Bruxelas, a Comissária Européia de Agricultura, Mariann Fischer Boel, anunciou que vai propor o fim do chamado “subsídio energético”. No último Orçamento Europeu, foram mais de 55 bilhões de euros destinados aos agricultores. A Comissária acredita que este dinheiro poderia ser usado de forma mais eficiente.

A mudança agrada o governo brasileiro, mas o Ministério de Relações Exteriores espera que não seja uma decisão temporária.

– Não sabemos se é uma questão conjuntural porque os preços dos cereais atuais estão bastante elevados, então se considerou que não seria necessário neste momento, ou se ele aponta para uma política futura da União Européia de menor intervenção no mercado de biocombustíveis. Nós esperamos que seja esta segunda hipótese – disse o diplomata do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey.

O Ministério da Agricultura não acredita em um corte total dos subsídios, mas afirma que qualquer redução pode trazer reflexos positivos na produção brasileira.

– Essa seria uma decisão que nós comemoraríamos, mesmo que seja moderada. Isso significa menos distorções no comércio mundial de produtos agrícolas e energéticos. O sonho dos brasileiros é ver esse mercado funcionando mais livremente – disse o diretor do Departamento Comercial da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa.

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