| 05/03/2008 17h18min
O dólar registrou queda durante todo o dia em relação à moeda brasileira. No mercado interbancário, o dólar comercial cedeu 0,83% e fechou o dia cotado a R$ 1,672. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado à vista também recuou 0,83%, para R$ 1,67. O giro total à vista aumentou para cerca de US$ 2,996 bilhões.
A retomada da trajetória de queda ocorreu em meio à alta no preço dos produtos básicos (commodities), a nova queda da moeda ante o euro e a reação favorável dos investidores à melhora da atividade no setor de serviços dos EUA em fevereiro, que ajudou a sustentar as Bolsas internacionais em alta durante boa parte da sessão.
Além disso, do lado interno, o salto da produção industrial de 1,8% em janeiro ante dezembro, o segundo maior nível da série histórica, e de 8,5% na comparação com janeiro do ano passado combinado com a reversão do déficit no fluxo cambial no fim de fevereiro estimularam ofertas de dólar no mercado brasileiro.
Nem mesmo a inversão de
sinal para queda das Bolsas em Nova York após o anúncio dos detalhes à tarde das medidas que devem ser tomadas para tentar resgatar a seguradora de bônus Ambac limitaram o recuo do dólar.
Em Nova York, as Bolsas reagiram em queda porque, em vez de um plano de resgate com injeção de capital de US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões, como era esperado, as medidas devem exigir capital dos mercados, com a oferta de ações ordinárias na Bolsa de Nova York. Por isso, voltaram as preocupações com o estado precário das notas de crédito (ratings) das seguradoras de bônus americanas.
Apesar da piora do ambiente externo, um operador do mercado cambial disse que o sentimento predominante é de que há espaço para novos recuos do dólar ante o real por causa dos bons fundamentos da economia brasileira e das previsões de manutenção da Selic, a taxa básica de juros, pelo Banco Central hoje, em 11,25% ao ano, e de um novo corte de pelo menos 0,50 ponto percentual do juro básico dos EUA, para 2,50%
ao ano, em 18 de março.
— Com a eventual manutenção da Selic hoje, o Brasil retomará a liderança dos maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo. Assim, o atraente diferencial de juros interno/externo deve assegurar a continuidade do fluxo financeiro positivo — disse um operador.
Em fevereiro, o fluxo cambial foi positivo em US$ 3,25 bilhões, e reverteu o déficit de US$ 2,36 bilhões apurado em janeiro, quando houve uma saída de US$ 6,5 bilhões pelas operações financeiras. Em fevereiro as operações financeiras ficaram superavitárias em US$ 581 milhões. Do lado comercial, o saldo foi positivo em US$ 2,67 bilhões.
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