| 03/03/2008 18h56min
O mau humor externo, mais uma vez, não contaminou a Bovespa, que trabalhou praticamente o dia todo com uma alta consistente. Setores como siderurgia, energia e telecomunicações influenciaram o desempenho do índice, que se descolou da queda que predominou nas bolsas norte-americanas o dia todo — e também nas asiáticas e européias mais cedo.
No primeiro pregão de março, o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, subiu 1,58%, aos 64.490,5 pontos. Na mínima, atingiu 63.159 pontos (-0,52%) e, na máxima, 64.644 pontos (+1,82%).
Com o resultado de hoje, o desempenho em 2008 passou a ser novamente positivo e alcança 0,95%. O volume financeiro negociado hoje totalizou R$ 5,523 bilhões.
As blue chips (ações de primeira linha) Vale e Petrobras praticamente não ajudaram nesta alta de hoje. Apesar da elevação dos preços do petróleo e dos metais no Exterior, as ações da Vale continuam sofrendo por causa das negociações para comprar a mineradora anglo-suíça
Xstrata.
A Petrobras
mostrou comportamento divergente entre papéis ordinários (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) no final da sessão, embora tenha predominado a queda em ambas as ações durante o dia por causa da expectativa do balanço financeiro do quarto trimestre, que será divulgado ainda hoje.
Essas ações também foram a porta de saída dos investidores temerosos com a crise norte-americana. Vale PNA cedeu 0,44%, Vale ON recuou 0,61%, Petrobras PN caiu 0,68% e Petrobras ON subiu 0,51%.
Hoje, os indicadores divulgados nos Estados Unidos foram bem ruins, mas um deles, o índice ISM de atividade industrial, apesar de mostrar contração na atividade, teve um desempenho superior às apostas dos analistas. Isso ajudou a segurar as perdas nas bolsas norte-americanas, que, por outro lado, eram empurradas para baixo pelo número muito fraco de gastos com construção.
No balanço das horas, o Dow Jones até fechou bem melhor do que se comportou durante o
dia, devolvendo quase toda a perda
ao recuar apenas -0,06%. S&P conseguiu virar e subiu 0,05% no finalzinho, enquanto Nasdaq encerrou com retração de 0,57%.
No mundo, tem influenciado negativamente a queda do dólar em relação a outras moedas. No Japão, o índice Nikkei despencou 4,5% justamente por causa disso, já que o iene mais caro prejudica as exportações daquele país — só para efeito de comparação, no Brasil, o dólar comercial seguiu sua trajetória de baixa e recuou 1,18%, a R$ 1,671, na Europa, o euro bateu novo recorde, a US$ 1,5276, após o ISM industrial.
É esse enfraquecimento do dólar que tem promovido uma corrida aos produtos básicos (commodities) — que também renovam os recordes de preço, como ocorreu hoje com o petróleo e o ouro, e favorecem também a Bolsa brasileira, predominantemente formada por empresas ligadas a commodities.
As companhias ligadas ao setor externo, assim como já ocorreu no mundo, também foram afetadas negativamente na sessão de hoje. Mas sobrou
fôlego para recuperar alguns ativos
que estavam com o preço defasado.
Eletrobrás
No topo do ranking de maiores valorizações do Ibovespa ficaram as ações da Eletrobrás. Os papéis PNB dispararam 7,98% e os papéis ON avançaram 7,36%. Duas notícias deram gás para as ações.
Na sexta-feira, a empresa informou que estuda liquidar sua reserva de dividendos. Hoje, o presidente interino da Eletrosul, Ronaldo Custódio, disse que o Senado deve votar nesta semana a Medida Provisória 396, que autoriza a Eletrobrás e suas subsidiárias a serem majoritárias em Parcerias Público-Privadas (PPPs).
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