| 03/03/2008 17h24min
Depois de subir na sexta-feira, o dólar retomou a tendência de queda em relação ao real, pressionado pela trajetória externa de desvalorização da moeda americana e as altas de preços de produtos básicos (commodities) agrícolas, metálicos e do petróleo, que ajudam a fortalecer as moedas de países emergentes exportadores, segundo um operador de câmbio de um grande banco nacional.
Por isso, apesar do recuo das Bolsas em Nova York em reação aos fracos dados do índice ISM de atividade industrial dos EUA em fevereiro e de gastos com construção em janeiro, a Bovespa operou em alta o tempo todo e o dólar recuou.
No fechamento, o dólar foi cotado a R$ 1,671, em baixa de 0,89% na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e de 1,18% no mercado interbancário (dólar comercial). O giro total à vista somou cerca de US$ 2,428 bilhões.
Antes da divulgação dos dados norte-americanos, no fim da manhã, o euro estabeleceu nova cotação recorde em relação ao dólar,
em US$ 1,5276. A moeda americana
também atingiu o menor nível em três anos em relação ao iene, em 102,60 ienes — marca atingida durante a madrugada.
Nos EUA, o ISM de atividade industrial dos EUA de caiu de 50,7 em janeiro para 48,3 em fevereiro. Analistas previam queda para 48,0 no mês. Uma leitura abaixo de 50 aponta para contração da atividade.
Os gastos com construção nos EUA apresentaram a maior queda em 14 anos em janeiro, em meio ao aperto no crédito e à crise no setor de moradia. Os gastos caíram 1,7% (ante declínio esperado pelo mercado de 0,7%), para a taxa anual sazonalmente ajustada de US$ 1,121 trilhão, informou o Departamento do Comércio. Foi o quarto declínio consecutivo e o pior resultado desde a queda de 3,6% em janeiro de 1994.
No segmento de metais, no início da tarde, os contratos futuros de ouro e platina atingiram novos recordes de alta e a prata subiu ao maior nível em 27 anos. O contrato de ouro com vencimento em abril negociado em Nova York alcançou US$
992 a onça-troy (31 gramas), enquanto
a prata para entrega em maio saltou para US$ 20,74 por onça-troy. O petróleo para abril em Nova York encerrou com alta de 0,60%, a US$ 102,45 por barril.
Essa movimentação em boa medida já assegurou a queda do dólar em fevereiro, apesar do saldo comercial abaixo do esperado. O superávit comercial de fevereiro somou US$ 882 milhões e foi 69,57% menor do que o superávit de fevereiro do ano passado, quando atingiu US$ 2,899 bilhões. Na comparação com janeiro (quando o saldo da balança foi de US$ 944 milhões), o superávit de fevereiro foi 7,02% inferior.
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