O mercado cambial brasileiro não resistiu ao aumento da aversão ao risco das aplicações, observado no Exterior, e ajustou posições nos ativos financeiros, levando o dólar a fechar em alta pela primeira vez em nove sessões, período em que alcançou queda de 4,85%. No fechamento desta sexta-feira, o dólar à vista subiu 1,02%, a R$ 1,686 na BM&F. Já o dólar comercial avançou 1,32%, cotado a R$ 1,691 no mercado interbancário de câmbio. Com o resultado, o dólar à vista acumulou quedas de 4,15% em fevereiro e de 5,13% em 2008. O comercial tem perdas apuradas de 3,87% no mês e 4,73% no ano.

Os fracos indicadores econômicos dos Estados Unidos divulgados hoje reforçaram o temor de recessão em meio à pressão inflacionária e à crise no setor de crédito. Por isso, o dólar bateu a mínima em três anos ante o iene pela manhã no mercado internacional de moedas, a 103,81 ienes, enquanto o euro renovou recorde ante o dólar durante a sessão no Exterior, em US$ 1,5242.

Correção da moeda

O fluxo cambial mais fraco e aparentemente negativo no mercado à vista, após uma semana de fortes ingressos financeiros, também favoreceu a correção da moeda, impulsionando sua alta. Com a correção das cotações à vista hoje, justamente dia de formação de ptax (taxa de câmbio de referência do Banco Central), houve espaço para um ajuste dessa taxa, que será usada na segunda-feira para a liquidação do contrato de março do dólar na BM&F. A ptax de venda será informada pelo BC no início da noite.

A trajetória de desvalorização externa do dólar foi reforçada nesta sexta pelos indicadores econômicos dos EUA, que elevaram as apostas dos investidores em um corte agressivo dos juros básicos americanos em março. A próxima reunião do BC dos EUA (Fed) acontece no dia 18 de março.

Hoje, o Banco Central daqui interveio no mercado de câmbio, anunciando o leilão de compra de dólares. A autoridade monetária pagou taxa de corte de R$ 1,6894 no leilão. Segundo um operador, o BC aceitou duas propostas, de dois bancos, entre cinco que tiveram suas taxas declaradas, de R$ 1,689 a R$ 1,69. Treze instituições não informaram as taxas.