Marcelo Lara  |  reportagem@canalrural.com.br

A fazenda Estância 2E Sucessão V.L.O, de Uruguaiana (RS) foi uma das 106 selecionadas pelos técnicos da União Européia. Estar na lista é como ser aprovado no vestibular da Universidade de São Paulo (USP), o mais concorrido do país, para o curso de Psicologia, com 25 candidatos por vaga.

– É uma honra, mas somos apenas uma fatia. É sinal de que estamos fazendo o trabalho certo, que só se consegue com o tempo – afirma o proprietário, Erlon Abreu da Silva.

A fazenda será uma das vistoriadas pelos europeus. Silva diz que a rastreabilidade começou há 12 anos, antes do sistema ser implantado no Brasil. A produção vai toda para o frigorífico Mercosul, único do Estado habilitado a vender para a UE.

– A rastreabilidade é uma tendência irreversível – disse o pecuarista.

Lista da UE tem fazendas leiteiras e de melhoria genética

A lista de fazendas habilitadas a exportar para a União Européia não tem apenas propriedades destinadas à pecuária de corte. Entre as fazendas listadas existem algumas, cuja principal atividade é a criação de gado de elite - fruto de melhoramento genético e que não segue para o abate. É o caso, por exemplo, da Fepagro Tupanciretã, no Rio Grande do Sul. Outras têm criação de leite, como a Fazenda Cerradão, em Minas Gerais.

– Fazenda de genética não me surpreende porque são as que têm a melhor estrutura. Agora, é preciso saber o que vai ter de fazenda de gado – disse o diretor da empresa de consultoria técnica AgraFNP, José Vicente Ferraz.

Segundo ele, mesmo se todas as 106 listadas pela UE fossem de grande porte, não encheriam um container por semana.

– Vai ser difícil formar lote – afirmou Ferraz.

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