O fenômeno que atingiu a cidade de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, na noite de sábado, foi realmente um tornado, segundo o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram).

Os meteorologistas afirmam que prever a ocorrência de um tornado é bastante difícil, uma vez que ele acontece em escala pequena, atingindo algumas quadras.

A menor escala medida é de dois quilômetros e os tornados atingem apenas metros. A meteorologista Marilene de Lima explicou em entrevista à RBS TV que esse fenômeno ocorre com mais freqüência em Santa Catarina no Oeste, no Sul e no Litoral, especialmente na primavera e no verão.

Marilene explica, ainda, que os tornados em geral estão associados a temperaturas elevadas e passagens de frentes frias, que propiciam a formação de nuvens com grande velocidade e rotação intensa.

Há uma supercélula (nuvem bem escura) e depois a formação de uma tromba, de movimento giratório, que vai até o solo e suga o que está na superfície.

Foi o que ocorreu em Tubarão, segundo as imagens de cinegrafistas amadores e os relatos das pessoas que estavam no local.



Marilene explica que o tornado tem o poder de arrancar galhos e árvores. A grande diferença de pressão acaba arrancando e arremessando objetos como portas e telhas:

— Sendo de pequena escala, porque atingem apenas alguns bairros ou quadras, os tornados duram poucos minutos, mas têm força destrutiva grande.

Na localidade de Lajeado, onde ocorreu o fenômeno, não há equipamentos para medir a velocidade do vento. Segundo a Central RBS de Meteorologia, é possível estimar a força do fenômeno com base nas características do tornado e nos estragos que ele provocou. Meteorologistas da Epagri/Ciram e técnicos da Defesa Civil foram até o local nesta segunda-feira para avaliar a força do tornado. De acordo com os danos verificados o fenômeno foi classificado na escala Fujita como F1 (a escala vai de F0 a F6), com ventos de aproximadamente 150 quilômetros por hora.