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 | 09/02/2008 12h21min

Setor avícola brasileiro reage às críticas do jornal britânico The Guardian

Representantes classificam observações de jornalista como equivocada e protecionista

Renata Maron  |  reportagem@canalrural.com.br

O setor avícola brasileiro reage. Indústria, criadores de frango e instituições ligadas ao setor rebatem as acusações publicadas em artigo pelo jornal britânico The Guardian. Eles afirmam que a reportagem é equivocada e de cunho protecionista.
 
Entre as acusações feitas pelo diário, está a de que os criadores brasileiros fazem exatamente o que o mercado global exige: engorda rápido e abate precocemente, o que chamam de frango barato. O artigo também afirma que as grandes empresas do país exportam utilizando mão-de-obra barata e com baixos custos de produção. A autora do texto também sugere que os frangos consumidos hoje na Inglaterra podem ter sido criados numa área que na geração passada era floresta tropical.
 
As acusações foram feitas por uma jornalista especialista em assuntos do Brasil. Ela já morou no país nas décadas de 1970, 1980 e 1990, período em que trabalhava como correspondente em conceituados jornais e revistas, como o Financial Times e o The Economist. Mas, de acordo com especialistas do setor no Brasil, a reportagem é equivocada e de cunho protecionista, já que a criação de frango no país segue exatamente a mesma regra da União Européia, e com a vantagem das condições daqui serem mais favoráveis do que as de lá.

Quem explica estas condições de criação é o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer, que acompanhou a equipe do Canal Rural na visita a uma granja no interior de São Paulo. Por questões de sanidade, é proibido visitar granjas no período do confinamento. A reportagem só entrou no local porque os frangos iriam para abate no dia seguinte.
 
– Desde a matéria prima, que é comprada para formulação de ração, e desde o primeiro dia de vida dos pintinhos, até o dia que o frango vai para o abate (em torno de 45 dias), nós sabemos o que aconteceu com o frango todos os dias. Tudo isso é anotado e documentado – garante Pozzer, exibindo tabela de anotações.

O galpão visitado segue todas as normas de rastreabilidade. São cerca de 20 mil frangos, obedecendo o espaço de 10 a 12 aves por metro quadrado. Há os comedouros, bebedouros e ventilação adequada. Os frangos são abatidos quando completam 45 dias e atingem em torno de 2,5 quilos, o que, segundo Érico Pozzer, é um procedimento absolutamente normal, como acontece nas granjas de todo o mundo. Todas as informações, desde que o animal chega ao aviário, são detalhadas, seguindo as normas do Ministério da Agricultura.
 
– As empresas e produtores de frango do Brasil estão muito especializadas na atividade. Todos os programas de sanidade e rastreabilidade, que são exigência do Ministério da Agricultura e das empresas, são seguidas para todos os frangos. Os que vão para o mercado interno e os que vão para exportação – afirma.

O presidente da entidade que representa as Indústrias Exportadoras de Frango (Abef), Christian Lohbauer, não concorda com nenhuma acusação feita pelo jornal britânico e concluiu que tudo não passa de proteção e barreira comercial, pois o Brasil, que é líder mundial das exportações de carne de frango, é significativamente competitivo lá fora.
 
– Os europeus são o quarto maior produtor, o terceiro maior exportador do mundo, e não dá pra competir com o frango brasileiro. Então, toda essa quantidade de informações de ataque contra a qualidade do frango brasileiro são parte de um processo de formação de opinião que corresponde aos interesses de quem produz frango na Europa – defende Lohbauer.

CANAL RURAL/SÃO PAULO
Nauro Júnior / Agência RBS

Representantes do setor avícola garantem que Brasil cumpre todas as regras de criação dos frangos dentro dos aviários, conforme determinações do Ministério da Agricultura
Foto:  Nauro Júnior  /  Agência RBS


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