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 | 14/12/2007 12h58min

Rentabilidade positiva não recupera perdas acumuladas na pecuária

Valor pago ao produtor não tem acompanhado alta dos custos de produção

Após quatro anos de crise, a pecuária de corte brasileira poderá fechar 2007 com um balanço positivo em relação aos custos de produção e as receitas da atividade. Em entrevista coletiva concedida nesta quinta, dia 13, em Brasília, o assessor técnico do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Paulo Mustefaga, explicou que o cenário favorável de rentabilidade se deve principalmente à recuperação do preço da arroba do boi. Ele ressaltou, no entanto, que esse ganho não é suficiente para recuperar as perdas acumuladas.

– O aumento do valor pago aos produtores não tem acompanhado o crescimento dos custos de produção nos últimos anos – completou.

De 2003 a 2007, os custos totais de produção da atividade aumentaram 43,88%, enquanto o preço da arroba subiu apenas 4,49%. Segundo o assessor da CNA, a perda de renda e a competição com outras culturas, como soja e cana-de-açúcar, desestimularam a atividade. Com isso, a atividade registrou um índice de 37% no abate de matrizes, o mais alto dos últimos 10 anos.

A retomada do status de zona livre de aftosa com vacinação para o Brasil é uma das expectativas dos pecuaristas para 2008. O setor espera também que o Ministério da Agricultura fuja do contingenciamento e invista os recursos previstos para o controle sanitário.
– Precisamos investir em sanidade para manter o ritmo de crescimento as exportações. O Brasil é praticamente o único país em condições de exportar carne na quantidade e no preço buscado pelo mercado internacional – afirmou Mustefaga.

O ano de 2007 marcou o processo de recuperação de renda da pecuária de corte, invertendo a situação apresentada nos últimos quatro anos, em decorrência dos aumentos nos custos de produção e queda nos preços da arroba do boi e do litro do leite. Para 2008, as expectativas são de que o setor inicie um novo ciclo de crescimento. O país deverá manter a liderança das exportações mundiais de carne bovina, pois seus principais concorrentes ainda enfrentam problemas para aumentar a oferta, como Argentina, Austrália, Estados Unidos e União Européia.

– Para que o Brasil possa aproveitar as oportunidades do mercado internacional, é preciso uma melhoria dos investimentos em defesa sanitária e certificações, de forma a atender às crescentes exigências dos mercados importadores – finalizou Mustefaga.

CNA
 
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