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 | 19/11/2007 08h59min

Preço do álcool sobe 10% em São Paulo

Consultoria estima que consumidor paulistano pague até R$ 1,50 pelo litro

O álcool está mais caro. Com a chegada da entressafra da cana-de-açúcar, a oferta do produto cai e os preços sobem. Na capital paulista, o combustível já subiu cerca de 10% nas bombas.

Os tempos de preços baixos parecem estar com os dias contados. Pelo menos, até o início da próxima safra. Entre os meses de julho a setembro, período de pico da safra, os postos de São Paulo chegaram a vender o litro do álcool a R$ 0,99. Hoje, com o início da entressafra, esses valores estão bem diferentes.

A equipe de reportagem do Canal Rural percorreu alguns postos da capital paulista e verificou preços entre R$ 1,16 e R$ 1,29. O motivo da alta é a redução da oferta do produto no mercado, o que causa ajuste imediato nos preços.

Na última semana, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou que o álcool anidro já acumula alta nas usinas de 26% no mês, e o hidratado, de 27%. O álcool anidro está sendo vendido nas usinas a um preço médio de R$ 0,84 o litro, enquanto o anidro, a R$ 0,74 - um acréscimo de quase R$ 0,20 em relação aos preços praticados durante a safra.

Segundo a consultoria Datagro, o consumidor de São Paulo deve pagar até R$ 1,50 por litro na bomba enquanto a próxima safra não começar e, nos outros Estados no país, esses valores devem ser ainda maiores, já que São Paulo tem os preços mais baixos em razão da logística de distribuição e à tributação de apenas 12% de ICMS.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) afirma que o problema não é o preço do álcool subir no fim do ano e, sim, a falta de um mecanismo eficiente para evitar a queda acentuada durante a safra.

Para a Unica, faltam contratos de negociação de médio prazo. Os contratos futuros na bolsa ainda são restritos a usinas e a distribuidoras, o que inibe a atuação de outros investidores. As distribuidoras apenas compram e repassam o produto.

Outro problema, segundo a união, é a falta de uma infra-estrutura para armazenar o álcool. Até agora, a prioridade do setor foram investimentos em produção e não em tanques para estocar o combustível.

A baixa do preço do álcool durante o ano estimulou muitos motoristas a comprarem os carros flex e a abandonarem o uso da gasolina. Mas, segundo especialistas, o álcool só é vantajoso quando custa cerca de 70% do preço da gasolina. Isto significa que a escolha por qual combustível consumir vai ser determinada, a partir de agora, pelo ritmo dos preços.

LUCIANE KOHLMANN/ CANAL RURAL SÃO PAULO
Fernando Gomes / Agência RBS

União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) reclama de infra-estrutura deficiente para armazenamento do álcool
Foto:  Fernando Gomes  /  Agência RBS


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