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 | 10/12/2002 16h13min

Iraque acusa EUA de tentar manipular relatório entregue à ONU

Governo de Saddam afirma que norte-americanos buscam pretexto para guerra

Em nota oficial, divulgada nesta terça, dia 10, o Ministério das Relações Exteriores do Iraque acusa o governo dos Estados Unidos de planejar a manipulação do relatório sobre armas apresentado por Bagdá à Oragnização das Nações Unidas (ONU) para obter um motivo para investir militarmente contra o país. O governo iraquiano declarou que, ao assumir o controle sobre a distribuição do documento de 12 mil páginas, os norte-americanos estão fazendo "uma operação de chantagem sem precedentes na história das Nações Unidas". O presidente dos EUA, George W. Bush, está, de acordo com o documento, pressionando a ONU para obter versão original do material.

– Esse comportamento norte-americano visa a manipulação dos documentos das Nações Unidas em busca de um motivo para a agressão contra o Iraque – diz a nota do ministério.

O relatório iraquiano era uma das exigências da ONU para a retomada das inspeções de armas de destruição em massa no país interrompidas há quatro anos. Se o Iraque não colaborar com essa missão da ONU, deve sofrer uma invasão dos Estados Unidos. O Iraque nega a posse de armas químicas, biológicas e nucleares.

Nessa segunda, diplomatas afirmaram que, depois de intensas negociações, os EUA obtiveram uma versão integral e antecipada do relatório. Coube ao país fazer as cópias do texto, a serem entregues aos outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

Os outros 10 membros do conselho, todos temporários, receberão uma versão editada do texto, na qual não constarão informações que possam ajudar outros países ou organizações terroristas a fabricar armas de destruição em massa. O colombiano Alfonso Valdivieso, presidente de turno do Conselho de Segurança, admitiu que a decisão foi tomada sob pressão de Washington, revertendo o acordo que havia fechado na última sexta, o qual garantia igual acesso ao documento para todos os países. A delegação síria ficou particularmente irritada com a medida.

– É uma contradição com relação a qualquer tipo de lógica do Conselho – disparou o embaixador do país na ONU, Mikhail Wehbe, membro temporário do conselho.

Diplomatas dizem que o texto contém, entre outras informações delicadas, o nome de fornecedores internacionais de armas.

As informações são da agência Reuters.

 
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