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 | 10/10/2007 21h23min

Mato Grosso do Sul luta para recuperar status de área livre de aftosa, com vacinação

Até hoje, mais de 50 países mantém as portas fechadas para o produto do Estado

Há exatos dois anos era anunciada oficialmente a existência de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul. Imediatamente o Estado perdia a condição de área livre da doença com vacinação, e as portas dos principais mercados compradores de carne bovina se fechavam para o produto sul-mato-grossense. De lá para cá, várias ações sanitárias foram desenvolvidas para tentar controlar e erradicar a doença na região. No entanto, até agora o Estado não recuperou o status de área livre de aftosa com vacinação e ainda luta para tentar reconquistar a confiança dos mercados nacional e internacional. O Mato Grosso do Sul não conseguiu apagar as lembranças e as conseqüências provocadas pela doença.

Na Fazenda Vezozzo, onde foi confirmado o primeiro foco de febre aftosa em Eldorado, um mangueiro abandonado revela que a pecuária foi deixada de lado. Depois de ter todo o rebanho sacrificado por causa da doença, a propriedade de 700 hectares agora aposta na agricultura. É a produção de milho, soja e cana-de-açúcar que garante a renda. Já na fazenda vizinha, onde também houve sacrifício de animais, o rebanho está sendo repovoado. O pecuarista Manoel Simões Júnior quer esquecer as dificuldades e pensar em um futuro melhor para a atividade na região.

Os prejuízos foram a principal marca deixada pela aftosa. Sem o status de área livre da doença com vacinação, as exportações de carne bovina despencaram. Até hoje, mais de 50 países mantém as portas fechadas para o produto sul-mato-grossense. A estimativa é de que as perdas diretas e indiretas no Estado passem de R$ 1 bilhão. Em todo o país, podem chegar a R$ 4 bilhões.

A doença atingiu bovinos de três municípios. Eldorado, Mundo Novo e Japorã. Ao todo 33 focos foram confirmados. Na época 34,106 mil animais foram sacrificados. No primeiro semestre deste ano, outros 43,565 mil bovinos foram encaminhados para o abate nos frigoríficos locais. Nas duas etapas, os governos federal e estadual gastaram mais de R$ 46 milhões com o pagamento de indenizações aos produtores. Em Eldorado, pelo menos 30% da economia ficou comprometida. Depois da crise, o município tenta voltar à normalidade. O frigorífico que havia suspendido as atividades retomou os abates e já emprega quase a mesma quantidade de funcionários de antes do surgimento dos focos. O lema agora é dar a volta por cima.

Para tentar evitar o reaparecimento da doença, outras ações sanitárias foram realizadas. Entre elas a identificação do rebanho local através da rastreabilidade. Hoje, todos os animais possuem um bóton e são registrados no banco de dados da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). O controle é rígido. Para conferir se ainda há circulação do vírus da doença, amostras de sangue dos animais foram coletadas e o resultado deve sair nos próximos dias.

Outra iniciativa foi a construção de um curral coletivo no assentamento Savana. Ele irá facilitar o manejo do gado e garantir maior segurança durante as etapas de vacinação.

luiz.patroni@canalrural.com.br

LUIZ PATRONI - REPÓRTER CANAL RURAL - SUCURSAL CAMPO GRANDE
 
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