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PSDB critica Fome Zero como projeto ultrapassado

Tucanos prometem fiscalizar todos os atos do novo governo

Parlamentares, governadores e dirigentes regionais do PSDB reuniram-se nesta quinta, dia 5, em Brasília e deram a primeira demonstração prática de como pretendem exercer o papel de oposição durante o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Comissão Executiva Nacional do PSDB divulgou um documento com críticas ao projeto Fome Zero, apontado por Lula como o principal programa social a ser implementado em seu governo.

No documento, o PSDB concorda com o mérito da proposta de erradicação da fome no Brasil, mas avalia que, sob o ponto de vista técnico, o programa desenvolvido pelo PT contém "aspectos ultrapassados, paternalistas e autoritários, como a distribuição de cupons de alimentação". A troca de cupons por comida, avaliam os tucanos, abre brechas para desvios e distorções de preços no mercado.

Os tucanos alegam que durante os oito anos de governo do presidente Fernando Henrique foram implantados 12 programas sociais, que envolvem custos de R$ 30 bilhões ao ano. Os principais programas foram, segundo eles, a Bolsa-Escola e a Bolsa-Alimentação, que beneficiam 10 milhões de crianças. O PSDB critica também o fato de o PT estimar serem necessários R$ 20 bilhões apenas para a distribuição dos cupons-alimentação no Fome Zero.

Além disso, alega que o PT é "evasivo" na definição de onde viriam os recursos para implantação do Fome Zero. O coordenador do Fome Zero, José Graziano, declarou recentemente que estimativas orçamentárias do programa podem ser revistas.

A idéia de distribuir cupons-alimentação, dizem os políticos do PSDB, foi baseada no projeto Food Stamp, do governo norte-americano, alvo de duras críticas devido à burocracia e desvio de recursos. "Sua efetividade e custos de manutenção e fiscalização também apresentam problemas", diz trecho do documento elaborado pelo PSDB.

Os tucanos também consideram o Fome Zero um projeto centralizador do Estado, que retira das famílias carentes a autonomia para utilizar da forma que lhe convier os recursos distribuídos.

Para exercer o papel de oposição ao governo do PT, o PSDB vai criar comissões temáticas (sobre segurança pública, reforma previdenciária, reforma tributária, equilíbrio fiscal e política urbana, por exemplo) com o objetivo de fiscalizar as ações e propostas do governo Lula.

– Vamos acompanhar a agenda do PT e desenvolver nossa própria agenda, fiscalizando todos os atos do governo. Esse aspecto técnico não exclui o político, pois os parlamentares do PSDB farão parte dessas comissões – disse o presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal.

O deputado e governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou, durante a reunião, que apesar de o PT ter chegado ao poder, a perspectiva de poder no futuro é do PSDB, uma vez que os tucanos apostam num governo mal-sucedido de Lula, o que os colocaria como alternativa preferencial em 2006. As informações são da agência Reuters.

 
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