Um marroquino acusado de colaborar com os responsáveis pelos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos afirmou à Justiça alemã nesta terça, dia 29, que alguns dos supostos agressores desejavam lutar contra os russos na república separatista da Chechênia. Mounir El Motassadeq, o primeiro acusado pelo 11 de setembro a ser julgado, disse que os homens dirigiriam-se para o Afeganistão para um treinamento antes de combaterem o que consideravam ser os crimes russos cometidos em território checheno.

Os quatro eram Mohammed Atta, Marwan Al Shehi e Ziad Jarrah, que teriam pilotado 3 dos 4 aviões usados nos ataques contra Nova York e Washington, assim como Ramzi Bin Al Shaibah, suposto cúmplice detido no Paquistão no mês passado. As declarações do réu reforçam a tese das autoridades russas de que há ligações entre os rebeldes chechenos e a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.

Guerrilheiros da Chechênia fizeram mais de 700 reféns em um teatro de Moscou (capital da Rússia) na semana passada. Forças especiais do país usaram um gás misterioso para colocar fim ao seqüestro no sábado de manhã. Mais de cem reféns e todos os guerrilheiros morreram.

Motassadeq, um estudante de engenharia elétrica de 28 anos, é acusado de cumplicidade no assassinato de 3.045 pessoas em Nova York e em Washington e de pertencer à célula terrorista atuante em Hamburgo (Alemanha) e acusada de ter liderado os ataques.

Segundo a promotoria, os quatro homens viajaram para o Afeganistão em 1999 para prepararem os ataques de 11 de setembro. Um segundo grupo, do qual participaria Motassadeq, realizou a mesma viagem seis meses depois.

O réu reconheceu ter treinado em campos da Al-Qaeda no Afeganistão em 2000, mas nega ter participado da preparação de qualquer ataque.

Com informações da Agência Reuters.