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 | 08/09/2002 21h38min

Iraque adota posição de desafio diante da possibilidade de ataque

Autoridades norte-americanas ainda buscam apoio dos aliados para operação

O Iraque reagiu com desafio às declarações de assessores de George W. Bush que pressionaram por apoio coletivo mundial a uma ação contra Saddam Hussein, citando a crescente ameaça nuclear de Bagdá. 

Fonte do governo iraquiano prometeram neste domingo, 8 de setembro,  que seu país se defenderá contra qualquer ataque dos Estados Unidos, enquanto os principais assessores de segurança de Bush apareciam na televisão para demonstrar o futuro apelo do presidente norte-americano nas Nações Unidas.

O ministro do Comércio do Iraque, Mohammed Mehdi Saleh, disse durante visita ao Cairo, que espera evitar a guerra, mas se ela for imposta, "lutaremos para defender nossa terra, nossa soberania e nossa independência.''

Já o secretário de Estado norte-americano, Collin Powell, apelou para Nações Unidas em busca de apoio:

– Saddam Hussein não está ofendendo apenas os Estados Unidos. Saddam Hussein e o regime iraquiano, por sua falta de ação, por sua violação das resoluções por muitos anos, está afrontando a comunidade internacional – disse Powell.

– As Nações Unidas deveriam sentir-se ofendidas. As Nações Unidas deveriam sentir que algo precisa ser feito. Estamos colocando as cartas sobre a mesa para amigos e aliados. Agora é a hora de lidar com um problema que está lá há anos – acrescentou Powell.

Apesar do explícito pedido de apoio, assessores de Bush afirmaram que o presidente manterá a opção, se necessário, de "agir unilateralmente para se defender''.

Os norte-americanos, entretanto, continuam achando que o governo ainda precisa convencer que está certo. A maioria dos entrevistados em uma pesquisa do New York Times/CBS News, divulgada no sábado, disse que deseja apoio do Congresso dos EUA e dos aliados antes de qualquer ataque.

O vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, disse esperar que o Congresso vote o assunto antes do recesso. Os legisladores planejam audiências nas próximas semanas. E o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, disse à CBS que ''o fato de não haver unanimidade hoje não surpreende. Ele (Bush) ainda não defendeu seus argumentos.''

A Rússia reforçou sua oposição à ação militar, dizendo que acabaria com a coalizão internacional antiterror construída após os ataques de 11 de setembro. Tentativas de intervir em assuntos internos de um Estado soberano resultariam em "dano irreversível para as atividades da coalizão antiterror,'' disse Igor Ivanov, ministro russo do Exterior, segundo a agência de notícias Itar-Tass.

Sabendo das divisões do bloco aliado, o ministro do Exterior do Iraque, Naji Sabri, repetiu neste domingo em entrevista a oferta de Bagdá de aceitar a volta dos inspetores de armas, mas somente sob um acordo abrangente que levantaria o embargo imposto ao país em 1991, na Guerra do Golfo.

Bush e Blair citam relatórios sobre novas obras em lugares ligados anteriormente a programas de armas de Bagdá e informações de inteligência sobre Saddam estar perto de adquirir capacidade nuclear como evidências de apoio à ação contra o Iraque.

No domingo, autoridades norte-americanas citaram um relatório segundo o qual o Iraque vem fazendo uma procura mundial por materiais necessários para sua capacidade nuclear, incluindo a busca por milhares de tubos de alumínio usados para enriquecer urânio.

 
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