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 | 08/08/2002 17h39min

ONU e EUA classificam discurso de Saddam como irrelevante

A administração Bush classificou na quinta-feira, dia 8, o discurso do presidente iraquiano Saddam Hussein como irrelevante, e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, afirmou que não viu nenhuma mudança de posição do iraquiano em relação à readmissão dos inspetores de armas da Organização das Nações Unidas. Em um discurso na quinta-feira, Saddam não fez nenhuma nova oferta em resposta aos pedidos internacionais de retorno dos inspetores ao Iraque para investigar a existência de armas de destruição em massa.

Saber se o Iraque destruiu essas armas é essencial para a suspensão das sanções impostas ao país depois de sua invasão do Kuweit, em 1990. Saddam disse que buscava um "diálogo justo'' com a ONU.

– O caminho correto é que o Conselho de Segurança responda às perguntas do Iraque, e honre suas obrigações de suas próprias resoluções – disse Saddam, advertindo que aqueles que atacarem o Iraque estarão "cavando suas próprias covas''.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse, no Texas, onde o presidente George W. Bush está em férias:

– O governo do Iraque precisa cumprir as responsabilidades que assumiu no fim da Guerra do Golfo.

Em Washington, o porta-voz do Departamento do Estado, Philip Reeker, chamou o discurso de "uma petulância de um ditador isolado internacionalmente, que demonstra mais uma vez que seu regime não tem intenção de cumprir suas obrigações sob as resoluções do Conselho de Segurança da ONU''. Questionado se haveria algum motivo para otimismo sobre o discurso feito por Saddam mais cedo em Bagdá, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse a jornalistas que ''até este ponto não, a não ser que haja progressos imprevisíveis''.

Annan disse que não recebeu resposta dos iraquianos a uma carta enviada por ele dois dias atrás, dizendo que Bagdá teria de enviar um "convite formal'' aos inspetores das ONU para que eles retornem ao Iraque, antes que mais conversas substanciais sobre o assunto das armas pudessem ser iniciadas. O Iraque enviou, na semana passada, um convite ao inspetor-chefe de armas da ONU, Hans Blix, para fazer uma visita a Bagdá a fim de conversar sobre o assunto.

Annan disse, porém, que as resoluções do Conselho de Segurança da ONU impedem que seja feita qualquer análise sobre o assunto antes que os inspetores voltem para lá.

– Eu não vejo nenhuma mudança de atitude – disse Annan sobre as declarações de Saddam.

Em março, durante a primeira rodada de negociações deste ano entre Annan e as delegações iraquianas, o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, fez perguntas enfocando as ameaças dos Estados Unidos de derrubar o presidente Saddam, sobre o caminho para a suspensão das sanções e sobre como acabar com a unilateralidade das zonas de exclusão aérea impostas pelos Estados Unidos e Inglaterra. O Conselho de Segurança não autorizou resposta a nenhuma das perguntas.

– Eu acho que as declarações do presidente, insistindo em respostas para 19 perguntas, não mostra nenhuma flexibilidade em relação a sua posição anterior – disse Annan.

Os inspetores de armas da ONU saíram do Iraque em dezembro de 1998, horas antes de um bombardeio conjunto dos Estados Unidos e da Inglaterra, e não tiveram permissão para retornar. As informações são da agência Reuters.

 
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