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 | 06/12/2005 19h30min

Paraná ameaça processar governo federal por suspeita de aftosa

Processo será aberto se houver insistência na afirmação da doença

O governador do Paraná, Roberto Requião, anunciou nesta terça, dia 6, que pode processar o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o governo federal se continuarem a insistir que o Paraná assuma a existência de febre aftosa sem o Estado possuir o vírus ou a doença. A afirmação foi feita durante feunião de governo em Curitiba.

– Estão fazendo uma verdadeira molecagem com o Paraná – disse o governador.

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, lembrou que em função de não ter sido isolado o vírus e nem identificado a doença em animais do Paraná, o Ministério reconheceria o Estado como tendo febre aftosa para que fossem imediatamente adotadas medidas de acordo com as exigências da Organização Internacional de Epizootias (OIE) e dos importadores de carne.

– O ministério quer associar a aftosa, que não existe no Paraná, à origem dos animais que estão aqui, os quais vieram da região do Mato Grosso onde foi confirmada a existência de foco da doença – comentou.

O secretário lembrou que no dia 10 de outubro o Ministério anunciou a existência do foco da doença no Estado vizinho.

– Devido a esta situação, a OIE (Organização Internacional de Epizootias), retirou do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de São Paulo e de outros sete Estados e do Distrito Federal a condição de área livre de febre aftosa.

Pessuti disse que desde do anúncio da doença em Mato Grosso do Sul a Secretaria da Agricultura iniciou o trabalho de monitoramento e rastreamento de todos os animais que entraram no Paraná durante os 60 dias anteriores ao anúncio da existência do vírus naquele estado.

– Nossos técnicos e os membros do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), por meio de uma decisão compartilhada entre a Secretaria da Agricultura e o representantes do Conesa, entenderam que havia uma suspeita da doença no Paraná. Já que alguns animais apresentavam certos sinais clínicos que poderiam ser ou não confirmar a febre aftosa. Então, eles decidiram que o Estado deveria fazer uma notificação de suspeita e isso foi  feito – disse.

O secretário afirmou que nos últimos 47 dias, desde que foi anunciada a suspeita da doença no Paraná, no dia 21 de outubro, foi colhido e analisado material de animais.

– Até hoje, nenhum desses exames atestaram que há aftosa no Paraná. Estamos numa luta! Depois de todos esses exames, todos os laudos de identificação do vírus são negativos. Por isso, defendemos a posição de que não existe febre aftosa no Paraná – disse.

Na última quinta-feira, dia 1º, durante reunião da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Industrializadas (Abiec), o ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes teria comentado sobre o interesse do ministério em divulgar que o Paraná teria aftosa, mesmo com os resultados negativos dos exames laboratoriais, levando em consideração a origem dos animais.

A reunião foi acompanhada pelo presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne), Péricles Salazar.

– Nós não concordamos com a posição do ministério. E vamos à Justiça se o Ministério não mudar a posição dele – concluiu Pessuti.

GOVERNO DO PARANÁ
 
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