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 | 26/02/2002 08h51min

Polícia Federal teme expansão do conflito colombiano

A Polícia Federal (PF) brasileira teme que guerrilheiros ligados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) possam se refugiar em território brasileiro, com o acirramento do conflito no país vizinho. A expectativa da PF é de que a situação se agrave na fronteira Brasil-Colômbia em dois meses.

O coordenador da Operação Cobra (encarregada de desarticular o narcotráfico na fronteira amazônica), delegado Mauro Spósito, informou que o estado de alerta da PF na região – o órgão dispõe de um efetivo de 180 homens, divididos em oito bases – também tem como finalidade evitar que bases de produção de cocaína (laboratórios de refino) se transfiram para o lado brasileiro.

Prevendo a expansão do conflito, em outubro de 2000 – época que lançou a Operação Cobra – a PF abriu inquérito para investigar as Farc. A investigação coordenada por Spósito reúne indícios de ligações das Farc com o narcotráfico e o tráfico de armas, utilizando o território brasileiro. A ação visa a impedir a fuga de dirigentes das Farc para o Brasil. Havia a expectativa de que isso pudesse ocorrer com a intensificação do Plano Colômbia – que trata basicamente do combate ao narcotráfico –, no ano passado.

Agora, há uma nova expectativa, depois que o presidente colombiano, Andrés Pastrana, rompeu as negociações de paz com as Farc. Na última quarta-feira, dia 20, um colombiano de 12 anos foi detido pela PF ao atravessar o Rio Japurá, em uma canoa, armado com um fuzil, nas imediações da cidade de Bitencourt. Como era menor, ele foi entregue às autoridades colombianas, mas a PF está pronta para fazer detenções.

– O inquérito contra as Farc é uma ação preventiva da PF. Se algum integrante do grupo cruzar a fronteira com o Brasil, ele responderá processo e será entregue à Justiça – garantiu Spósito, responsável por um relatório produzido há três meses que identifica bases de produção de cocaína sob o domínio do grupo guerrilheiro.

Segundo o delegado, 80% da produção de cocaína da Colômbia é feita em uma área sob domínio das Farc. De acordo com a PF, as regiões onde estão os complexos localizam-se perto da fronteira brasileira.

KLÉCIO SANTOS
 
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