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Confirmado seqüestro da candidata à presidência da Colômbia pela guerrilha

A candidata independente à presidência da Colômbia nas eleições de 26 de maio Ingrid Betancourt foi seqüestrada pela guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ingrid, que viajou por terra acompanhada por quatro pessoas à antiga área desmilitarizada, no sul do país, está desaparecida desde sábado, dia 23, segundo autoridades militares.

O comitê de campanha da candidata informou que ela está em poder da Frente 15 das Farc, organização com a qual o presidente Andrés Pastrana rompeu na quarta-feira passada negociações de paz, dando início a retomada da região que estava sob o controle da guerrilha há mais de três anos.

Pastrana anunciou o rompimento das negociações de paz com a guerrilha depois que um avião colombiano com 34 pessoas a bordo – entre elas o senador do Partido Liberal Jorge Eduardo Gechen Turbay – foi seqüestrado na semana passada, supostamente por um comando das Farc. Turbay e um passageiro não-identificado continuam desaparecidos. Os demais foram liberados.

O seqüestro é uma das táticas de guerrilhas mais comuns na região. As Farc têm cerca de 800 reféns em seu poder e a candidata é uma das críticas mais severas da guerrilha. Escritora e ex-senadora, Ingrid, 41 anos, teria ido fazer campanha eleitoral na região sul, onde está localizada a antiga área desmilitarizada de 42 mil quilômetros quadrados.

A candidata, que tem cerca de 0,2% das intenções de voto, havia anunciado que chegaria a San Vicente del Caguán, a mais importante das cinco cidades da antiga área neutra, onde estava o Pastrana.

Fontes do governo disseram ter avisado Ingrid que era perigoso viajar para o sul do país, pois o exército colombiano continua avançando sobre posições dominadas pelas Farc, depois de uma ofensiva da força aérea. Ingrid, sua chefe de campanha Clara Rojas, e outras três pessoas, entre elas um fotógrafo francês, viajavam em uma caminhonete e teriam sido interceptados em uma blitz ilegal após sair de Florencia. Os guerrilheiros libertaram três dos reféns e mantiveram detidas apenas Ingrid e Clara. O grupo saiu às 13h (15h em Brasília) de sábado da cidade de Florencia, capital do Estado de Caquetá, com destino a San Vicente del Caguán.

A candidata é formada em Ciências Políticas em Paris e é filha do ex-ministro Gabriel Betancourt Mejía e da ex-deputada Yolanda Pulecio. A mãe de Ingrid afirmou que a candidata tentou obter autorização para viajar em um helicóptero do governo, mas lhe disseram que não havia aparelhos disponíveis e que não era conveniente visitar a área. Apesar das advertências, ela insistiu em viajar em um veículo com bandeiras brancas e emblema da imprensa internacional.

O fotógrafo francês Alain Keler, que acompanhava Ingrid, assegurou neste domingo que a candidata não foi maltratada.


Conhecida por denunciar que o cartel de Cali havia pratrocinado a campanha eleitoral do então ex-presidente Ernesto Samper, Ingrid – autora de um livro sobre corrupção em seu país lançado na França em 2001 – lançou nos últimos meses mais um livro, Até que a Morte nos Separe: a Minha luta para redimir a Colômbia, cujo tema central é o mesmo de sua campanha eleitoral: a corrupção política em seu país.

 
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