| 17/12/2001 21h44min
Vinte e quatro horas depois de o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, pedir ao seu povo o fim de todas as operações armadas contra Israel, tropas israelenses mataram nesta segunda-feira, dia 17, três palestinos, entre eles um menino de 12 anos. Dando sua primeira resposta oficial ao apelo de Arafat, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse que queria ver ação e não palavras do presidente palestino depois de quase 15 meses de crescente violência entre os dois povos.
O pedido de Arafat sequer foi bem recebido dentro de sua própria comunidade. O movimento de resistência islâmica Hamas e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) prometeram continuar a luta contra Israel.
Responsável pela maioria dos atentados suicidas contra alvos israelenses, o Hamas anunciou, em comunicado divulgado nesta segunda-feira, que o pedido de Arafat "deixa a porta aberta ao verdugo Sharon para continuar sua campanha de extermínio contra os palestinos". A estratégia do Hamas é manter a resistência enquanto a ocupação israelenses continuar, ressaltou a nota.
A polícia naval palestina acusou Israel de matar um policial naval e ferir gravemente outro em Nablus, na Cisjordânia. Os dois palestinos tentavam cruzar o posto de controle militar e não teriam demonstrado nenhuma hostilidade aos soldados israelenses, segundo testemunhas palestinas. Soldados israelenses também mataram Mohammed Haneideq, 12 anos, no campo de refugiados de Khan Yunes ao sul de Gaza. O menino teria sido morto enquanto brincava com amigos nos escombros de prédios destruídos por forças israelenses perto de assentamento judaico. O exército não quis comentar o incidente. O palestino Yakoub Idkadak, 28 anos, um ativista do grupo islâmico Hamas, também foi vítima da violência. Ele foi morto a tiros na cidade de Hebron, na Cisjordânia, suspostamente durante uma tentativa de prisão. O exército disse que os soldados foram prender Idkadak por suas "atividades terroristas" e atiraram nele quando tentava escapar.
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