| 03/11/2010 04h
No período de formação do novo governo, Tarso Genro tem a oportunidade de escolher um secretário de Educação capaz de enfrentar os problemas do setor e recuperar a qualidade do ensino nas escolas públicas gaúchas.
Foi-se o tempo em que a Educação fazia vibrar os partidos políticos. Identificada mais como área-problema do que de vitrine política, até o momento, entre os aliados de Tarso Genro, apenas correntes do PT se arriscaram a sugerir nomes para a pasta – enquanto outras são alvo de disputas.
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Fazer a escolha certeira para enfrentar os problemas e recuperar a aprendizagem nas escolas gaúchas tornou-se um dos principais desafios do futuro governador.
Um exemplo é o paradoxo do PDT. O partido recebeu de Tarso a oportunidade de escolher as áreas em que mais poderiam contribuir com o governo. Mas a legenda, que carrega a bandeira da educação, até agora não se arriscou a oferecer alguém. Pode ser que surjam voluntários hoje, em uma reunião com o governador eleito, mas líderes do partido têm preferência por pastas com obras de grande porte ou vinculadas a setores produtivos.
Onde houve coragem para mexer na Educação, a área deixou de ser bicho-papão e se tornou cartão de visitas. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), reeleito com mais de 80% dos votos, costuma alardear pelo Brasil os resultados de seu programa de meritocracia. Lá, o governo concede um 14º salário a servidores de escolas que alcancem determinadas metas. De 2007 a 2009, considerando alunos da 8ª série, foi o Estado que teve o segundo maior aumento no Ideb, índice que mede a qualidade da educação.
Clique na imagem abaixo e confira a situação das pastas:
Petista quer um nome experiente
No Rio Grande do Sul, mesmo o PT, que tem tradição na área, apresenta limitações na hora de auxiliar Tarso em sua escolha. Ele quer passar longe do perfil escolhido por Olívio Dutra, que empossou uma ex-presidente do Cpers, Lucia Camini, com dificuldades para conciliar o lado sindicalista com o de gestora. Germano Rigotto (PMDB) deu a secretaria para um político experiente, José Fortunati (PDT), e Yeda Crusius experimentou uma solução técnica.
Especialista na área, Mariza Abreu tinha a missão de tocar grandes reformas, mas abandonou o cargo frustrada e vencida pelas dificuldades.
— Quem assume a Educação não pode pensar em ser candidato na eleição seguinte. Ou não fará nada do que precisa ser feito ou, se fizer, vai desagradar a alguém — avalia Mariza.
Além de não querer alguém carimbado do Cpers, Tarso também não deseja um marinheiro de primeira viagem apenas com respaldo político. Ele busca capacidade de gestão, de argumentação e de convencimento para inúmeras negociações que estão por vir. Prefere um nome ligado ao setor.
— Tarso não pode errar na escolha. É a área em que temos as maiores chances de nos diferenciarmos do PSDB — afirma um membro da equipe petista.
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