| 17/10/2010 23h24min
Em um debate marcado mais pela troca de acusações do que pela apresentação de propostas, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) revelaram novas visões sobre as denúncias que abalam suas campanhas. A petista reconheceu que "as pessoas erram, e Erenice errou", referindo-se a Erenice Guerra, seu ex-braço direito e ex-ministra da Casa Civil. Serra, por sua vez, afirmou ser "a vítima" do caso envolvendo o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suspeito de desviar doações ilegais para financiar campanhas de tucanos.
Inicialmente, o mediador do debate, Kennedy Alencar, pediu aos candidatos que listassem as principais qualidades e os principais defeitos de seu oponente. Nenhum dos dois respondeu à pergunta. Preferiram falar de suas qualidades e de seus projetos para o País, caso sejam eleitos.
A seguir, Serra fez a primeira pergunta da noite à Dilma. Pediu que a candidata petista falasse sobre a qualificação técnica dos trabalhadores. Em sua vez de questionar, Dilma pediu ao tucano que explicasse por que o governo paulista não quer vender uma estatal de gás à Petrobras, apesar de esta ter feito a melhor oferta para a compra. Serra afirmou que o Estado se submete aos pareces de suas agência reguladoras e que o Executivo não tem poder de decisão sobre o assunto.
Na abertura do segundo bloco, Dilma voltou ao assunto da privatização da Gás Braziliano. Em sua resposta, Serra acusou o governo petista de lotear cargos dentro da administração federal. Os candidatos falaram também sobre o combate às drogas e em seguida retornaram ao tema das privatizações.
Ainda no segundo bloco, Serra perguntou à candidata sobre os seus programas de infra-estrutura, especialmente as rodovias que, na sua opinião, são indispensáveis para diminuir os custos para os exportadores brasileiros. Dilma, por sua vez, falou sobre a importância de investir em ferrovias e hidrovias.
No terceiro bloco, a jornalista da Folha de São Paulo Renata Lo Prete perguntou a Serra se ele realmente não conhecia Paulo Vieira de Souza, que atuou na licitação da Rodoanel e é acusado de ter desviado dinheiro para a campanha tucana. Serra afirmou que, quando perguntaram se ele conhecia o servidor, chamaram Souza de Paulo Preto, o que segundo o ex-governador paulista, seria um apelido racista pelo qual o candidato não o conhecia.
A jornalista Patrícia Zorzan, da Rede TV, perguntou à Dilma como o eleitorado poderia confiar que ela escolheria bem seus assessores e ministros, caso eleita, já que afirmou desconhecer as acusações que recaem sobre sua ex-assessora Erenice Guerra. Dilma criticou a conduta de Erenice ao contratar parentes e defendeu a conduta do governo federal e da Polícia Federal que estariam investigando o caso. Enquanto o candidato adversário, segundo ela, não estaria investigando as acusações que recaem sobre Souza.
No quarto bloco do debate, as perguntas foram feitas de um candidato para outro. Serra perguntou sobre os planos de Dilma para a saúde e para a reabilitação física de portadores de necessidades especiais e Dilma, por sua vez perguntou sobre educação e emprego.
No último bloco do programa, os dois candidatos tiveram três minutos cada um para fazer suas considerações finais.
Dilma afirmou que em 2002 a esperança venceu o medo, em referência a vitória de Lula na corrida presidencial. Agora, segundo ela, a esperança irá vencer o ódio e o medo, em referência a sua própria candidatura. Cultivar a cultura de paz do brasileiro, segundo a ex-ministra, é uma das bandeira de sua candidatura.
Serra, por sua vez, se disse orgulhoso em se apresentar como candidato a presidente da República. Segundo ele, seus valores foram aprendidos em casa, com sua família. Falando de suas crenças pessoais, ela afirmou que seu caráter está baseado na verdade, na honestidade, na liberdade, na democracia, na justiça e na solidariedade.
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