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Eleições  | 11/10/2010 21h45min

PF diz que prefeito de Florianópolis cometeu crime eleitoral por material de campanha em carro oficial

Ministério Público pode oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do caso envolvendo Berger

Mayara Rinaldi  |  mayara.rinaldi@diario.com.br

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A Polícia Federal concluiu que houve crime eleitoral por parte do prefeito de Florianópolis, Dário Berger (PMDB), no caso do carro oficial do município encontrado com material de campanha, em 13 de setembro. O inquérito da PF foi encaminhado nesta segunda-feira para a Justiça Eleitoral de Biguaçu, e cabe ao Ministério Público oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do caso.

O delegado Roberto Cardoso entendeu que o prefeito tinha conhecimento que o material estava sendo transportado em um carro oficial e que havia fins eleitorais. De acordo com Cardoso, embora o assessor de Dário, Silvio Odair de Souza, tenha assumido a culpa, o contexto do caso aponta para a ocorrência de infração eleitoral por parte do prefeito.

Dário não será indiciado pela PF porque tem foro privilegiado. Silvio será indiciado por adulteração do veículo, já que o carro não circulava com placas próprias. Quando apreendido, o carro estava com placas de segurança de outro veículo, oficial. Além disso, a licença para utilização estava vencida. A pena prevista é de três a seis anos de reclusão e multa. No caso de o agente do crime estar no exercício de função pública, a pena é aumentada em um terço.

O carro da prefeitura de Florianópolis foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal porque os policiais desconfiaram do veículo, por ser um modelo novo com uma sequência de placas antiga (LYD-9458). A PRF encontrou as placas oficiais do carro (MPG-3056) dentro do porta-malas, junto com propaganda eleitoral de Luiz Henrique da Silveira, Raimundo Colombo e Rose Berger (que concorreu ao cargo de deputada estadual e é ex-mulher de Dário). Foram encontrados ainda R$ 1.840 em notas de de R$ 20.

No momento da apreensão, o carro era conduzido por Alcebíades Pires, motorista do prefeito. Pires foi preso e solto dois dias depois.

O material e o dinheiro em espécie levaram à suspeita de crime eleitoral, e por essa razão a Justiça Eleitoral foi acionada.

Em entrevista exclusiva ao colunista Roberto Azevedo, no dia 16 de setembro, Dário admitiu que o material de campanha era para seu uso pessoal. O prefeito alegou que não estava fazendo nada de errado e que algum de seus adversários políticos teria denunciado o carro à PRF e estaria tentando criar um fato político.

Dário e seu advogado foram procurados nesta segunda-feira, mas não responderam às chamadas telefônicas.

 

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