Senador tucano e coordenador da campanha de José Serra, Sérgio Guerra, disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que não será mudada a estratégia de campanha para o segundo turno. Segundo ele os votos de Marina já estão indo para o candidato José Serra.

— Os votos que foram para Marina Silva e outros já caminham para o José Serra. Então não há rigorosamente necessidade de mudar. A reação da candidata Dilma no debate de ontem, tem a ver com o fato de que ela está perdendo intenções de voto, se ela tivesse ganhando intenções de voto ela não seria agressiva. A agressividade vem da dificuldade — comentou.

Ao serem citados os dados divulgados na pesquisa Datafolha, que José Serra está na frente no sudeste, sul, norte, centro-oeste, mas perde com uma larga vantagem no nordeste, Guerra afirma que a porcentagem de votos no nordete já é expressiva com relação ao início da campanha. Ele crê que com um aumento de votos provindo dessa região, a campanha estará definida.

O coordenador comentou sobre a participação dos aliados na campanha. 

— Geraldo Alckmin e Aécio Neves estavam em campanhas para governador, não podendo ter portanto foco na campanha presidencial. Fernando Henrique esteve e está na campanha o tempo todo. O que temos que deixar claro é que a obra para a constituição do brasil não foi só do lula, antes dele muitas pessoas fizeram muitas coisas, entre eles Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso — criticou.

Ao ser questionado sobre a forma de conciliar os interesses do agronegócio e do meio ambiente, Guerra citou que uma das funções do presidente deve ser esta. Segundo ele não se pode ficar de um lado ou de outro, tem que haver um equilíbrio. Já com relação as mudanças do código florestal, ele garantiu que haverá mudanças.

— Vamos livrar o agronegócio do MST, que é uma confusão. Nós não vamos ter um Ministro da Agricultura, que puxa a favor do agronegócio, e um Ministro da Reforma Agrária, que puxa a favor do MST. A conciliação entre a agronegócio e meio ambiente é uma necessidade.Nós temos que prosperar, desenvolver, fazer o país ir pra frente, tendo atitudes permanentes pela sustentabilidade e fazendo crescer a economia do país de forma equilibrada — reforçou.

O candidato José Serra tem sido criticado por fazer promessas que aumentariam o impacto fiscal, como por exemplo o aumento do salário mínimo. Sobre isso o coordenador afirmou que quem inventou os ajustes fiscais no Brasil foi o PSDB.

— Nós nos impusemos estes desafios, de fazer mais pelos aposentados e de ajudar mais os que ganham menos — afirmou.

Mostrando-se otimista com relação ao pleito do segundo turno, disse que não sabe, porém, quando o candidato vem ao Rio Grande do Sul.