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 | 06/10/2010 18h53min

Eleição solteira e feriado de Finados podem aumentar abstenção no segundo turno, diz cientista político

Para Hermes Zaneti, abstenções revelam o desencanto dos eleitores

O cientista político da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Hermes Zaneti faz um alerta sobre o risco de aumento de abstenção de votos no segundo turno das eleições, marcado para o dia 31. Segundo ele, a razão seria o fato de o segundo turno presidencial ser uma eleição “solteira” para a maioria da população.

– Em muitos Estados, não vai haver segundo turno para governador, assim como não teremos em nenhum mais eleições para senador, deputado federal e deputado estadual, que são agentes mobilizadores. Não há um motor mobilizador do eleitorado para o dia da eleição – avaliou em entrevista nesta quarta, dia 6, no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

De acordo com ele, a proximidade do dia da votação – domingo, dia 31 – com o feriado de Finados, que será na terça seguinte, dia 2 de novembro, também pode desmotivar o comparecimento dos eleitores.

– A data escolhida é absolutamente inoportuna – criticou ao dizer que o novo turno das eleições está marcado entre “datas que as pessoas querem aproveitar para o seu lazer e viagem”.

Para o cientista político, as abstenções revelam o “desencanto” dos eleitores.

– Não é imotivado isso, basta lembrar os episódios a que nós assistimos, quer em nível regional, quer em nível federal – disse.

Na opinião do acadêmico, “isso é um chamamento aos partidos, às lideranças, e à própria estrutura democrática que com tanta dificuldade se conquistou no país”. Apesar das críticas, o professor defendeu o comparecimento de todos eleitores na votação.

– A população precisa participar. Não é porque o voto é obrigatório, mas porque é a oportunidade do exercício da cidadania. Neste momento, o poder está na mão de quem detém o voto – avaliou.

Hermes Zaneti também reconheceu a importância das eleições em dois turnos.

– São apenas dois candidatos. Aí há realmente o confronto de propostas, o que no caso específico destas eleições nós não tivemos – lembrou.

No primeiro turno das eleições, 24,6 milhões de pessoas deixaram de votar, o que corresponde a 18,12% dos eleitores.

AGÊNCIA BRASIL
 

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