O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) venceu a disputa pelo governo de São Paulo, com 50,63% dos 99,12% de votos apurados. O senador Aloízio Mercadante (PT) ficou em em segundo lugar com 35,22%, seguido do deputado Celso Russomanno (PP), com 5,42%.

A definição do resultado demorou a sair. Alckmin apenas pode ser considerado matematicamente eleito quando praticamente todos os votos haviam sido apurados.

A vitória de Alckmin representa uma aposta do maior colégio eleitoral do país na gestão tucana, dando sequência aos 16 anos de governo da legenda em São Paulo. Na linha da continuidade que os eleitores referendaram, o tucano pretende dar prosseguimento às realizações de seu antecessor, José Serra, mas com um viés de inovação.

Durante toda a campanha, Alckmin pregou a importância de dar prosseguimento aos princípios e valores que nortearam o trabalho do PSDB no Estado, tais como "honestidade, seriedade, verdade e senso de justiça" e garantiu que pretende avançar "com inovação e criatividade" em sua nova gestão no Palácio dos Bandeirantes, sobretudo nas políticas públicas. Apesar de ter herdado a gestão do governo paulista, por ocasião da morte de Mário Covas, Alckmin diz que governo não se herda, "mas se conquista".

Entre as bandeiras que o tucano pretende implementar ou ampliar em sua nova gestão no governo de São Paulo estão a expansão das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e dos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), a expansão do metrô paulistano, a realização de obras viárias, escolas de tempo integral e centros de formação profissional e o aumento no número de leitos nos hospitais. Numa das áreas mais críticas do Estado, a da segurança pública, Alckmin promete aumentar o efetivo da Polícia Militar em mais 6 mil soldados.

Para o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, pesquisador da PUC e FGV de São Paulo, a vitória de Alckmin no primeiro turno recupera para o tucano espaço entre os líderes do PSDB, algo que ele havia perdido quatro anos atrás, na derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e há dois anos, quando foi derrotado para a prefeitura da capital pelo Democrata Gilberto Kassab.

– Ele sai da disputa maior do que entrou – acredita Carvalho Teixeira, para quem os desafios do novo governo de Alckmin, que já administrou o Estado, continuam os mesmos: melhorar a segurança pública e a educação, os dois pilares do governo estadual.

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