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Eleições  | 03/10/2010 17h01min

Cerca de 200 mil índios devem ir às urnas, segundo a Funai

Legislação eleitoral garante a participação política dos indígenas, cidadãos com direito de votar e serem votados

A Fundação Nacional do Índio (Funai) estima que, dos quase 600 mil índios brasileiros, um terço devem comparecer às urnas neste domingo, dia 3. A legislação eleitoral brasileira garante a participação política dos indígenas, cidadãos com direito de votar e serem votados. Eles seguem a mesma regra aplicada para o restante da população: o voto é obrigatório para os brasileiros entre 18 e 60 anos e facultativo para quem tem 16 e 17 anos e acima de 60 anos e para os analfabetos.

A coordenadora da Ouvidoria da Funai, Melissa Volpato Curi, disse que, caso o indígena que vive na aldeia, por uma questão de tradição e costume, não queira votar ou não tenha interesse, esse direito se sobrepõe ao da obrigatoriedade do voto.

As questões indígenas estão distantes das plataformas políticas deste ano. Comunidades solicitaram por meios das redes sociais da internet as propostas para os indígenas, mas não obtiveram retorno. Para o antropólogo e coordenador do Instituto Socioambiental (ISA), Beto Ricardo, incluir as questões indígenas nos planos de governo é fundamental para o futuro do país e da Amazônia.

– Há 40 anos, a discussão era se os índios iam sobreviver. Hoje, 13% do território brasileiro são de terras indígenas e 25% da Amazônia praticamente são territórios indígenas. Se você olhar a Amazônia como um todo, e para a Bacia Amazônica, compartilhada por nove países, há mais de 370 povos indígenas. Há muitas áreas indígenas transfronteiriças. Então, esse é um tema estratégico para o futuro, não só pela sua expressão quantitativa, mas qualitativa de diversidade de conservação do meio ambiente, cultural e integração na fronteira – disse.

Mais do que ganhar espaço no meio político e serem vistos como candidatos aptos pela sociedade, os indígenas querem ser reconhecidos como cidadãos brasileiros. Essa é a opinião de Anapuaka Muniz, da etnia Pataxó Hã Hã Hãe, que acompanha de perto a situação dos índios que vivem nos centros urbanos e critica a falta de políticas públicas para atendê-los.

AGÊNCIA SENADO
 

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