A Justiça Eleitoral cadastrou 478 presos provisórios aptos para votar nestas eleições no Estado do Rio de Janeiro. A maior parte está detida em carceragens policiais, aguardando julgamento.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) instalou nove seções de votação em oito municípios, incluindo instituições que abrigam menores infratores com direito ao voto.

Na delegacia policial de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, 64 presos foram considerados aptos pela Justiça Eleitoral, no cadastramento ocorrido em abril. Mas só 34 puderam votar, pois os demais acabaram condenados neste meio tempo, perdendo os direitos políticos.

Para o preso Jorge Mauro da Silva, a oportunidade de votar é fundamental.

– É um grande prazer poder exercer um direito, que é o voto, mesmo privado da liberdade. Independentemente de estar preso ou solto, a gente tem que se preocupar com a democracia do nosso país, que a gente pode ajudar a mudar. Se a gente se omitir, não tem expectativa de mudança.

Outro detido, Enaldo de Araújo, também comemorou a possibilidade de votar.

– Eu acho isso maravilhoso. Eu estou preso, mas exercendo o meu direito de votar. É super importante, até porque eu estou preso, mas não sou um bandido. Aconteceu isso, mas com certeza eu vou sair e a comprovação do voto é importante para o meu trabalho futuro.

O chefe de custódia da carceragem, Mario Mello, comemorou a novidade, mas lamentou que só uma pequena parte dos 408 presos sob sua responsabilidade pode votar, pois a maioria é transitória e não foi incluída à tempo no cadastramento do TRE para ter o título transferido de seção. Outros sequer tinham título eleitoral.

– É a primeira vez que ocorre votação aqui. Para eles é uma oportunidade de não perder o direito cívico pois, futuramente, para questões de emprego, têm um comprovante de que estão em dia com a Justiça Eleitoral. Eles veem isso como um benefício – disse Mello.