Eleições | 22/09/2010 18h54min
Após reunião com seu conselho político de campanha, a candidata do PV à sucessão presidencial, Marina Silva, avaliou nesta quarta que as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa são contraditórias com sua trajetória política no PT. A presidenciável defendeu ainda que a imprensa tenha o direito de fazer "denúncias graves" e de "manifestar seus posicionamentos" sobre os fatos.
— Eu acho que o presidente fez uma crítica à imprensa que é inclusive contraditória com toda a sua trajetória dentro do PT, na época em que eu fazia parte (do partido) — criticou a candidata, na capital paulista.
Ela lembrou que, quando fazia parte do partido, Lula sempre defendeu a liberdade de imprensa. Marina destacou que, em um processo eleitoral, a imprensa não pode ter um papel secundário e deve fazer uma cobertura equânime.
— Eu acredito na liberdade de imprensa, e a imprensa, ao se colocar dessa forma, estará cumprindo sempre o seu papel — defendeu.
A candidata do PV fez as declarações ao ser questionada sobre as investidas recentes do presidente contra a imprensa brasileira. Na tarde de terça, por exemplo, Lula insinuou que os veículos de imprensa inventam denúncias contra seu governo. Na semana passada, o presidente acusou a revista "Veja", da qual disse não lembrar o nome, de destilar ódio e mentiras. O presidente se referia à matérias publicadas pela revista que apontam tráfico de influência e irregularidades na Casa Civil.
As críticas do petista levaram intelectuais a lançar, na tarde desta quarta, um manifesto pela democracia. Em tom crítico, Marina voltou a acusar os adversários, sem citar nomes, de irem para o "vale-tudo" na campanha deste ano e disse que, até agora, tem fugido da "tentação" de fazer promessas.
— O que nós temos feito é em cima de nossa plataforma de governo, assumindo compromissos com o que são questões estratégicas e estruturantes para o Brasil — destacou.
Em seguida, Marina lançou mais uma provocação aos oponentes.
— Não temos tido uma atitude do varejo, do "promessômetro" para ganhar simpatia — afirmou, criando um neologismo para promessas de campanha.
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